Tremor na madrugada

“Foi o assunto do dia e, se bobear, vai ser o da semana”, brincou um dos moradores de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), entrevistado pela Tribuna do Paraná na manhã desta segunda-feira (18). Ele se referia ao terremoto de 3,5 graus na escala Richter – que vai de 0 a 9 – que sacudiu não só a cidade, mas pelo menos outros dois municípios da RMC no começo da madrugada.

Marcos: inacreditável.
Marcos: inacreditável.

O ponto mais forte do terremoto, chamado de epicentro, foi em Rio Branco do Sul. O tremor, embora tenha sido superficial, assustou quem ainda estava acordado. “A gente já se preparava pra dormir, quando sentimos o tremor e foi inacreditável. Por morarmos perto de pedreiras, já estamos até acostumados, mas desse jeito nunca tinha acontecido”, contou Marcos Paixão, morador de Rio Branco do Sul.

O homem, que mora com a esposa e a filha num sobrado, disse que sentiram medo, mas que foi tão rápido que não deu nem tempo de fazer alguma coisa. “Por ter dois andares, sentimos ainda mais forte, foi assustador. Depois acalmou e dormimos, mas hoje foi o assunto na cidade, ninguém acredita que realmente aconteceu”.

Alzira: muito medo.
Alzira: muito medo.

Andando numa das avenidas principais de Rio Branco do Sul, que tem pouco mais de 30 mil habitantes, foi fácil encontrar alguém que sentiu o tremor. “E senti medo, né? Muito medo. Foi a primeira vez que presenciamos algo do tipo”, comentou Alzira Maria, que estava com o filho pequeno no momento do terremoto. “Até ele se assustou, mas ficou sem entender nada”, completou.

Fim do mundo?

Benjamin: pensei que o mundo estava acabando.
Benjamin: pensei que o mundo estava acabando.

Benjamin dos Santos, que estava dormindo, acordou achando que algo pior estava acontecendo. “Pensei que o mundo estava acabando”, ironizou. Segundo ele, como já houve um acidente no portão da casa em que mora, acreditou que isso tinha se repetido. “Deu um estouro e eu acordei pulando da cama. Quando fui ver, não tinha nada lá fora e percebi que os vidros estavam tremendo, o chão tremeu, muito esquisito”.

Outras cidades

Antônio Carlos: maioria sentiu.
Antônio Carlos: maioria sentiu.

De acordo com a Universidade de São Paulo (USP), o terremoto no Paraná foi sentido num raio de até 100 quilômetros do epicentro. Além de Rio Branco do Sul, também houve relatos de moradores de Itaperuçu, Almirante Tamandaré, Colombo, Fazenda Rio Grande, Campo Magro e alguns bairros de Curitiba que também sentiram o tremor. “Eu não senti. Dormi bem tranquilo, ninguém em casa também percebeu, mas a maioria dos clientes disse que sentiu, todo mundo comentando”, disse Antônio Carlos Antunes de França, que trabalha num supermercado em Itaperuçu.

Na cidade, que fica bem próximo a Rio Branco do Sul e tem pouco mais de 26 mil habitantes, todo mundo comentava o assunto na rua. “Minha irmã disse que sentiu a mesma coisa em Fazenda Rio Grande. Aqui em Itaperuçu, teve gente em casa que sentiu, na vizinhança também, mas eu sequer acordei”, comentou uma mulher que falava sobre o terremoto no ponto de ônibus.

Aran: monitor tremeu.
Aran: monitor tremeu.

Aran Henrique de Souza França, que também mora em Itaperuçu, disse que estranhou, mas que não chegou a se assustar. “Mexia no computador, quando percebi que o monitor tremeu, mas foi bem tranquilo. Não foi nada tão forte. Só tentei entender o que estava acontecendo, porque foi a primeira vez que aconteceu isso com a gente”, explicou.

Nenhum atendimento

Agente Bonfim: sem estragos. Foto: Lineu Filho
Agente Bonfim: sem estragos. Foto: Lineu Filho

Os bombeiros e a Defesa Civil não tiveram nenhum registro de atendimento nas cidades atingidas pelo terremoto. “Nós recebemos muitas ligações de quem se preocupou e se assustou com o que aconteceu. Orientações nós demos muitas por telefone, mas estragos não foram registrados, o que é muito bom”, considerou o agente comunitário Bomfim.

Conforme a USP, não estão descartados novos tremores secundários, mas é pouco provável que isso aconteça. “Então o negócio é ficar esperto, porque vai que vem mais forte, né?”, comentou um dos moradores entrevistados pela Tribuna.

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