Desde o ano passado os cães de ruas que vivem nos terminais rodoviários de Curitiba estão recebendo tratamento especial. A prefeitura faz o cadastramento, castra, vacina e monitora os animais, dando todo o acompanhamento necessário. Já os chamados donos comunitários ficam responsáveis por dar comida e água, além de muito amor. É o caso da cabeleireira Maria do Rocio do Amaral, que trabalha no terminal do Portão há 13 anos e há seis anos cuida dos dóceis Totó e Princesa.
Quem passa pelo terminal observa a higiene e limpeza onde os dois dormem: um estrado para isolar do piso com colchão e cobertores de acordo com a estação do ano. “Eu troco a roupa de cama com frequência, levo para lavar, dou comida e troco a água. Cuido deles como se fossem meus. Todos os funcionários do terminal também ajudam muito e a prefeitura traz medicamentos sempre que eles precisam”, explica Rocio, como é conhecida por todos.
Os passageiros que circulam pelo terminal já se acostumaram com os dois cães e muitos, inclusive, até ajudam com comida. Segundo Rocio, todo mundo quer ajudar e adoram a presença dos animais por lá. “Tem que cuidar mesmo, principalmente os cães que vivem na rua. Eu passo aqui todo dia e eles são adoráveis”, diz a cozinheira Antônia Clementina da Silva, 46 anos.
O Projeto “Cães Comunitários” é uma parceria da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), através da Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba, com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná (FAP), mas encerrou no final de 2014. O objetivo agora é transformar o projeto em uma política pública e ganhar ainda mais repercussão. De acordo com o coordenador da Rede de Defesa e Proteção Animal de Curitiba, Paulo Roberto Colnaghi, o projeto está funcionando muito bem e eles pretendem ampliá-lo para além dos terminais de ônibus. “Os cães vivem na rua, mas são super bem cuidados pelos donos comunitários”, afirma.