Arte na madeira

Na garagem de sua casa, localizada no Jardim Bela Vista, em Piraquara, o artesão César Duarte talha em grandes pedaços de madeira do tipo cerejeira quadros e placas com os mais variados temas. O importante, diz César, é que o trabalho fique bem feito. “Faço muitas obras de estilo rústico, mas apesar disso procuro imprimir todos os detalhes que posso, para que e obra fique bonita e satisfaça o cliente”, diz.

César é apaixonado pelo artesanato em madeira desde os 12 anos. Nascido em Renascença e criado em Foz do Iguaçu, o artesão se espelhou em um colega que trabalhava com esculturas em argila. “Vi esse amigo meu fazendo várias coisas com argila e também embarquei nessa. Mas do nada vi que poderia fazer aquilo com madeira e desde então estou nessa”, afirma.
Artesão desde os 12 anos, César transformou hobby em ganha-pão. Foto: Gerson KlainaAos 42 anos, César lembra que em certo momento da vida deixou de lado o artesanato e resolveu levar uma vida mais formal. “Achei que não dava mais, fiquei meio cansado de trabalhar com madeira e resolvei ir pra área de restaurantes. Trabalhei como garçom e gerente durante 16 anos. Mas fiquei doente e resolvi voltar pro artesanato. Foi a melhor coisa que eu fiz”, lembra.

Hoje César trabalha em casa. Passa os dias talhando temas religiosos e campestres nos grandes pedaços de madeira espalhados na sua garagem. Boa parte da produção é dedicada a placas de pequeno e médio portes, com frases alusivas à culinária e à família, além de gravuras equestres. “Mas também dedico o meu tempo às encomendas, que normalmente demandam mais tempo e trabalho”, explica.
Artista de Piraquara troca restaurante por artesanato e faz sucesso com quadros entalhados. Foto: Gerson KlainaO artesão conta que há anos mantém uma metodologia sistemática de trabalho. De manhã, com a cabeça mais fresca e descansada, se dedica a talhar as partes mais detalhadas de suas obras. Já pela tarde, prefere fazer o serviço grosso, como dimensionar e preparar as peças para o entalhe. “De manhã funciono melhor. Consigo me manter concentrado no detalhe”, ressalta.

Quando não está trabalhando em sua oficina, César roda as principais estradas da Região Metropolitana de Curitiba vendendo suas peças. “Paro perto de vias que levam às zonas rurais dos municípios para buscar donos de chácaras e o pessoal que gosta de arte rústica”, diz. Suas peças podem custar de R$ 70 a R$ 2 mil. “Tudo depende da madeira e da mão de obra”, complementa.
César Duarte transforma pedaços de cerejeira em obras no estilo rústico, com temas religiosos e campestres. Foto: Gerson KlainaCésar conta que há quinze anos fez um quadro da Santa Ceia numa peça de madeira com dois metros de comprimentos por um metro de largura que teria sido dado ao Papa João Paulo II. “Eu trabalhava ainda em Foz e o comprador me disse que levaria a peça para o Vaticano para entregar ao papa. Até hoje não sei se a obra foi entregue, mas eu prefiro pensar que sim”, brinca. “É um trabalho bom, que me faz bem. Espero continuar fazer o que eu gosto pelo resto da vida”, conclui.

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