“Se passar uma semana sem morrer um pedestre ou motoqueiro aqui, tem que agradecer a Deus”. É desta maneira trágica que o mecânico Salvador Vieira da Silva, 64 anos, define a situação do trecho sul da Linha Verde – BR-116 – localizado entre a Rua Izaac Ferreira da Cruz e o Trevo da Ceasa, no Pinheirinho.
Segundo Salvador, que mora na região e passa diariamente por este ponto acompanhado pelo neto Altair, 10, os buracos e a péssima condição da pista fazem com que os riscos de acidente sejam muito grandes. “Os carros se perdem nesta buraqueira. Isto é uma vergonha. Não sei de quem é a culpa, mas até eu, que não tenho muito estudo, sei que está errado. Ficou pior depois que virou Linha Verde. O dia em que arrumarem os buracos, o acostamento e a iluminação será uma benção”, desabafa.
De fora das obras de revitalização da Linha Verde, este trecho curto, que tem cerca de um quilômetro e meio de extensão, tinha sua recuperação prevista pelo PAC da Mobilidade, ainda em 2015, como mostrado pela Tribuna. No entanto, em nova visita ao local, no início deste mês de junho, verificamos que nada mudou.
Situação que também entristece outras pessoas que dependem da Linha Verde, como o auxiliar de produção Guilherme Menezes, 21, que trabalha bem em frente ao trecho esburacado. “São pelo menos um ou dois acidentes por semana. São muitos buracos na pista, um carro freia e o que vem atrás não segura. Eles só remendam e não arrumam. Não sei por que este pedaço ficou assim, um pouco antes daqui e um pouco para frente o asfalto está bom”.
Colega de Guilherme, o motociclista e auxiliar de produção Weverson da Silva de Oliveira, 23, também reclama. “Aqui é perigoso demais, principalmente para quem anda de moto. Os motoristas não respeitam a gente e o trânsito é muito pesado. E além dos buracos ainda falta acostamento no sentido Centro e mais policiamento. Os roubos também são comuns, no acostamento e nos pontos de ônibus”, diz.
Difícil pra dirigir
Motorista profissional, Jeferson Dias de Camargo, 43, também sofre com a precariedade da pista neste trecho da Linha Verde. “Passo sempre de carro e pelo menos duas vezes por semana com o caminhão. Este trecho é tão curto e eles, prefeitura e concessionária, ficam neste impasse, tinham que entrar num acordo. Só remendar não resolve, tinham que fazer o recapeamento da pista, para acabar com os buracos e os desníveis no asfalto. Os governantes tinham que olhar mais para as necessidades da população”, opina.
Promessa de melhorias
Em 2015, a equipe da Secretaria Municipal de Obras Públicas, sob gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet, informou que o início das obras no trecho estava previsto para maio de 2016, com prazo de um ano para a execução do projeto. O orçamento previsto era de R$ 40 milhões, com recursos do Orçamento Geral da União (PAC Mobilidade), o que não se concretizou.
Procurada agora, a Secretaria Municipal de Obras Públicas confirmou que faltam recursos para que a revitalização possa ser realizada, mas segundo a pasta, o objetivo do prefeito Rafael Greca (PMN) é arrumar o trecho ainda em sua gestão.
Segundo a pasta, primeiro serão concluídos os trechos norte da Linha Verde, que estão em execução, para só depois, serem buscados os recursos para obras na porção sul da rodovia. Pedidos de financiamento já estão sendo negociados com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a agências de desenvolvimento internacionais. No entanto, segundo a prefeitura, somente a recuperação do pavimento da região e a instalação de postes, onde os anteriores foram retirados, já estão previstas no calendário de obras da cidade.