Com as obras entregues em 2009, o trecho sul da Linha Verde (BR-476), nas imediações da Rua Izaac Ferreira da Cruz, e a alça de acesso do Contorno Leste, no entanto, nunca foi totalmente concluído. Condição que desde então, têm provocado acidentes no local e causado transtornos a quem mora, trabalha ou circula diariamente pela região. Problema mostrado diversas vezes pela Tribuna. A última vez, em junho deste ano.
Mas para o alívio de quem depende desta rodovia, a situação deve mudar em breve, como promete a Prefeitura de Curitiba. Segundo a administração municipal, o asfalto desta porção da BR-476, no Pinheirinho, passará por revitalização a partir do dia 6 de novembro, com a retirada do asfalto deteriorado e a aplicação uma nova camada de asfalto no local.
Pelo projeto, serão recuperados 3.680 metros deste ponto localizado no sul da Linha Verde, com as melhorias feitas nos dois sentidos da rodovia (1.840 metros em cada sentido Curitiba-Fazenda Rio Grande e Fazenda Rio Grande-Curitiba). Na obra, que tem prazo de 60 dias para ser concluída, serão investidos R$ 1,4 milhão, com recursos vindos dos cofres da prefeitura.
Perigoso pra todo mundo
Quem aguarda ansiosamente pela renovação do trecho em más condições, são pessoas como a costureira Teresinha de Fátima Luís, 57 anos, que tem medo de andar a pé ou de carro por este local onde o asfalto é irregular e todo remendado, e o acostamento praticamente já nem existe mais.
“Faz muito tempo que está assim e ninguém faz nada. É bairro retirado, se é no Centro é mais fácil. Os buracos são perigosíssimos. Os caminhões e os ônibus vêm em alta velocidade e daí, os carros menores, os motoqueiros, ciclistas e pedestres, correm risco na beira da pista. É perigoso para todo o mundo, já aconteceu bastante acidente. Onde já foi arrumado ficou uma maravilha, mas ali está esquecido”, conta.
Quem concorda e também reclama da falta de segurança neste trecho é o aposentado Ademar Galiotto, 68, que mora na região há mais de 50 anos e que todos os dias pedala cerca de 35 quilômetros com sua bike. “É muito difícil andar por aqui, principalmente de manhã cedo e às 18h, no final do expediente. Para você andar tem que sair muito bem prevenido e preparado e, andar fora da pista. E atravessar a rua é o maior risco, para o pedestre é difícil, há muita ‘furada‘ de sinaleiros”, aponta. Para ele, o ideal seria que a região contasse com espaço para os pedestres e ciclovias, além da tão necessária revitalização do asfalto.
Muitos acidentes
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), somente este ano foram registrados 339 acidentes, com 307 feridos e nove pessoas mortas no trecho entre os quilômetros 120 e 142 da Linha Verde – BR-476. Quem já viu de perto parte destes acidentes foi o empresário Renato Caneppele, 46, que trabalha há 12 anos às margens da Linha Verde, desde a época em que ela ainda era parte da BR-116.
“Tem muito acidente, principalmente de manhã, quando o fluxo é grande e o pessoal diminui a velocidade por conta dos buracos. Quando isso acontece, um ou outro motorista não presta a atenção e acaba colidindo na traseira. Já no fim da tarde é ruim para atravessar, o pessoal que precisa pegar ônibus do outro lado tem que ter cuidado com os motoqueiros que vêm pelo meio dos carros”, diz.
Ainda de acordo com o empresário, as péssimas condições da pista ainda trazem prejuízo financeiro aos motoristas. “Todo ano tenho que fazer a manutenção da suspensão do meu carro. Isto custa uns mil reais”, afirma.
Acostumado a dirigir pela região, para o representante comercial Mauro Gomes, 55, o perigo se estende às vias marginais. “É um trecho bastante perigoso, principalmente na marginal da Linha Verde, que tem bastante buraco e não têm área restrita para os pedestres. E no estado em que está o asfalto, principalmente na marginal, com os buracos, danifica muito o veículo”, diz.
Mais obras de mobilidade
A Prefeitura de Curitiba obteve autorização do governo federal para licitar obras do lote 4 da Linha Verde e outras três grandes intervenções para melhorar a mobilidade urbana da capital. A liberação foi dada após reunião do prefeito Rafael Greca e do governador Beto Richa com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, na última terça-feira (17), em Brasília. Ainda no primeiro semestre deste ano, a prefeitura conseguiu regularizar com o ministério as pendências e atrasos nos projetos. O Ministério das Cidades vai financiar os R$ 99 milhões necessários para as intervenções.
O dinheiro permitirá concluir o trecho da Linha Verde entre a rua Fagundes Varela e o trevo do Atuba, que exigirá recursos de R$ 74,9 milhões. Outros R$ 9,2 milhões serão usados para construção do terminal do Tatuquara e reforma do terminal da Vila Oficinas. Já a trincheira na Avenida Nossa Senhora Aparecida com a Mário Tourinho terá recursos de R$ 14,5 milhões. A licitação deverá ser lançada no mês que vem, e a previsão para início efetivo das obras é o começo de 2018.