Pinhais

Longe pra cachorro!

A auxiliar administrativo Viviane Montargil foi testemunha de uma verdadeira saga, vivida por um cachorro vira-lata. O cão, batizado de Duas Vias, em referência à atividade da empresa onde Viviane trabalha, que fabrica bobinas, realizou uma jornada de pelo menos 20 quilômetros para reencontrar antiga dona. “É incrível. As vezes paro pra pensar e nem acredito no que aconteceu”, lembra.

A história entre Duas Vias e Viviane começou há pouco mais de um ano, quando o animal foi abandonado  em frente à empresa onde ela trabalha, localizada no bairro Emiliano Perneta, em Pinhais. “Um dia apareceu aqui na empresa um cachorro magro com a pata quebrada, pretinho, médio porte e dócil. Eu estava de férias e quando voltei comecei a cuidar dele ele foi ficando”, conta.

No início, um dos donos da empresa não aprovou a permanência de Duas Vias, mas o cão foi ficando e conquistando os outros funcionários. “Ele acabou virando o mascote da firma. O chefe até mandou ele embora algumas vezes, mas ele sempre voltava. E eu sempre insistindo pra que ele ficasse, quase fui demitida por isso, mas ele acabou ficando”, lembra Viviane.

Nessas idas e vindas, Duas Vidas foi atacado por um pit bull no meio da rua e quase morreu. No ataque, o mascote da empresa sofreu diversas mordidas no pescoço e chegou a perder parte da pele da região. “Ele também foi atropelado e sofreu muito. Juntando isso com as broncas do chefe, decidimos que o melhor lugar para o Duas Vias era fora da empresa, num lugar seguro”, conta.

Há pouco mais de um mês, Viviane começou uma campanha nas redes sociais para conseguir um lugar para Duas Vias e não demorou para aparecer uma nova casa para o mascote. “Era a casa de uma amiga com bastante espaço, lá no Pinheirinho. Ficamos com o coração na mão, mas sabíamos que ele estava num lugar bacana”, diz.

Porém, dois dias após chegar ao novo lar, Duas Vias fugiu, deixando todos preocupados. “Comecei uma peregrinação pra tentar encontra-lo. Publiquei alertas em sites, redes sociais, jornal do bairro, cartazes oferecendo gratificações e nada. Várias pessoas me ligaram, dizendo que tinham um cão parecido, até de Santa Catarina. Cheguei até a ficar doente por causa do sumiço do Duas Vias. Fizemos buscas nos bairros, mas nada”, conta.

Porém, há dez dias atrás, enquanto fazia seu horário de almoço, Vivian recebeu uma mensagem no celular avisando sobre o retorno de Duas Vias à empresa.  “Lógico que pensei que era mentira ou mais um alarme falso. Mas quando cheguei no escritório, lá estava ele todo feliz e rolando na grama. Depois veio até mim e ficou minutos recebendo carinho. Foi emocionante e inacreditável”, recorda.

Segundo Viviane, o animal chegou mais magro e faminto. “Era visível o cansaço. Logo que ele chegou comeu um pote grande de ração e dormiu durante horas. Mas o importante é que ele está bem e vai ficar definitivamente por aqui. Depois dessa jornada, o chefe decidiu que o Duas Vias merece conviver conosco aqui na empresa”, afirma.

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– Você já teve algum cachorro que voltou pra casa depois de fugir?

– Conhece alguma história parecida com a do Duas Vias?

– Já adotou algum cachorro de rua?

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