Pinhais

Delícia gelada

Quando está muito calor, o que você costuma tomar para se refrescar? Água gelada, cerveja, chá gelado? Neste sábado, você terá uma ótima desculpa para sair da dieta de forma refrescante: no dia 23 de setembro comemora-se o dia do sorvete!

Para celebrar a deliciosa data, a Tribuna foi explorar um pouco desse mundo gelado, visitando a maior fábrica de sorvetes da Grande Curitiba, que fica no município de Pinhais. Lá, descobrimos que o país que mais consome sorvete no mundo é os Estados Unidos. O Brasil ocupa o 12.º lugar neste ranking. E apesar de Curitiba ser uma das cidades mais frias do mundo, aqui se consome muito sorvete.

Everson: curitibano é um grande consumidor de sorvete. Foto: Felipe Rosa
Everson: curitibano é um grande consumidor de sorvete. Foto: Felipe Rosa

Segundo o dono da fábrica, Everson Ceschin Filho, 31 anos, o que faz o curitibano consumir sorvete até no inverno é a mistura do gelado com outras delícias, como panificados (bolo, brownie, waffle), caldas quentes, coberturas, doces diversos (marshmallow, brigadeiro, etc), e tudo o mais que a imaginação permitir, opções que tornam o sorvete mais ‘quentinho‘. Assim, diz ele, algumas de suas lojas fazem fila até no inverno. Um exemplo é a Dr. Freeze, que tem mais de cem possibilidades de sobremesas junto com o sorvete fabricado com nitrogênio (sim, é uma modalidade nova no Brasil, que torna a textura e o sabor mais acentuado). Até mesmo o picolé, a Paleteca, e o sorvete servido no cone de waffle com confetes de chocolate, o Bubble Cone, vendem muito bem no inverno.

Preferência

E qual é o sabor de sorvete que você mais gosta? O sabor preferido do curitibano, revela Everson, é o de leite ninho, seja ele picolé ou em massa. No palito, um dos que ele mais vende é o de leite ninho, com cobertura de chocolate branco e paçoca [eu experimentei. Sem comentários….] E a sobremesa queridinha dos curitibanos é o petit gateau, que consiste num bolo de chocolate com casca crocante, recheio cremoso de chocolate, servido junto com uma bola de sorvete. Sem contar o sorvete servido com o brownie, que é um bolo de chocolate ‘achatado‘, servido em pedaços quadrados [Chegamos na fábrica bem na hora que o brownie saiu do forno. Não me aguentei! Nossa Senhora da Dieta, perdoai-me!].

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Pouco ou muito?

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), os brasileiros consumiram 1 bilhão de litros de sorvete no ano passado. Isto significa 4,86 litros por brasileiro em 2016. Mas as estatísticas já foram melhores. Em 2014, cada brasileiro consumiu, em média, 6,41 litros de sorvete. Mas isso não ‘congela‘ essa indústria, pois o consumo subiu bastante nos últimos 10 anos.

E olha que o sorvete nem é tão calórico assim. Uma porção de 100 gramas de sorvete, por exemplo, tem menos quilocalorias (126 – feito com água, ou 186 – feito com leite) do que pão torrado (388) ou um ovo frito (216). Só perde pra uma porção de arroz cozido (109).

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Nos maiores banquetes do mundo

Você faz ideia de quem inventou o sorvete? Conforme a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), foram os chineses, que começaram a misturar neve com frutas. Logo os árabes absorveram a ideia e começaram a fazer caldas geladas, quando a sobremesa começou a ser chamada de ‘sorbet‘. Não demorou muito para que o sorvete aparecesse nos banquetes de Alexandre, o Grande, na Grécia, e depois nas famosas festas gastronômicas do imperador Nero, em Roma.

Em 1.292, Marco Polo levou a receita para a Itália, já com técnicas aprimoradas de fabricação. Um século depois, a inovação foi parar num café em Paris, na França, que servia bebidas geladas e o sorvete. Depois disso, a delícia espalhou-se pela Europa e foi parar nos Estados Unidos, onde foi feita a primeira produção em escala industrial, há 40 anos.

No Brasil, o sorvete começou a ser conhecido em 1834, quando dois comerciantes cariocas compraram dos Estados Unidos 217 toneladas de gelo, vindas de navio, para misturar com as frutas brasileiras. Mas ele tinha que ser tomado logo após a fabricação, porque na época não havia meios de conservá-lo gelado (não existia o freezer!).

Assim, uma fábrica em São Paulo passou a anunciar o dia e hora exata em que fariam sorvete, para que os clientes consumissem na hora da fabricação: “SORVETES – Todos os dias às 15 horas, na Rua Direita, nº 44”.

 

Sobre o autor

Giselle Ulbrich

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