A profissão de barbeiro é uma das mais antigas de que se tem notícia e, mesmo com o passar do tempo, muitas pessoas ainda mantém o ofício com muito amor e dedicação. É o caso de Airton Antônio Graciano, 79 anos.
Coxa-branca de alma e coração, Airton trabalha como barbeiro há 66 anos. Nascido em 9 de dezembro de 1935, ele aprendeu o ofício com Antônio Seolim, seu barbeiro quando era mais criança, e nunca mais parou. “Meu pai levava eu e meus dois irmãos uma vez por mês ao barbeiro e eu gostava daquilo. Como eu não dava para os estudos resolvi sair da escola e seu Antônio se ofereceu para me ensinar a profissão. Depois de seis meses ele disse que eu estava pronto. Ainda deu o que seriam a minha primeira navalha, uma tesoura e uma máquina manual”, conta Airton.
Airton chegou a frequentar um curso de aperfeiçoamento de cabeleireiro durante um mês, e com sua experiência de quase 35 anos na profissão, até deu aula por seis meses no Serviço nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), mas o amor pelo ofício de barbeiro falou mais alto. “Até lavar o cabelo, cortar, secar os clientes que estavam esperando iam embora. Aí vendi tudo e voltei para a minha antiga e boa tesoura e navalha”.
Casado há 35 anos, pai de dois filhos e com três netos, seu Airton criou toda a família por meio dessa profissão quase extinta. Há quatro anos, porém, se mudou para Pinhais, mas não deixou o ofício de lado, muito menos seus fiéis clientes, que também se tornaram grandes amigos. “Eu ainda atendo alguns fregueses do Alto da XV aqui em casa, mas de vez em quando eles me ligam e eu vou até a casa deles. Tenho um grupo de mais ou menos 15 clientes que atendo lá. Um deles já é meu freguês há uns 60 anos”, relata o barbeiro.
Anônimos e famosos
Dependendo da situação, seu Airton faz barba, cabelo e bigode até no banco da praça. Isso mesmo. “Esses dias encontrei um morador de rua no Jardim Ambiental e me ofereci para cortar seu cabelo. Sentei ele no banco e cortei ali mesmo”, diz Airton. Mas já passaram pelas suas habilidosas mãos fregueses famosos como o ex-zagueiro e ídolo do Coritiba, Aroldo Fedato.
“Eu amo a minha profissão. Enquanto tiver saúde eu vou continuar trabalhando, não só pelo dinheiro, mas principalmente porque fiz grandes amigos”, conta, sorridente.
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