Os constantes congestionamentos fazem parte da rotina de quem precisa transitar pelo Viaduto Orleans, principal ligação entre os bairros São Braz e Campo Comprido. O problema acompanhado pela Tribuna nos últimos anos persiste, trazendo transtornos e prejuízos para a população, que suplica por mudanças que possam desatar o verdadeiro nó que se forma todos os dias em suas principais vias, a Avenida Vereador Toaldo Túlio e Rua Professor João Falarz.
Há 15 anos atuando na região, no ponto da Rua Virgínia Dalabona, o taxista Gilberto Graebin, 49 anos, conta que o trânsito no entorno do viaduto está cada vez mais engarrafado. “Sempre tem congestionamento e quando acontece algum acidente no contorno ou na BR-277, aí sim, para tudo mesmo. Para a gente que trabalha aqui é péssimo. Sair para atender um cliente fica difícil e voltar para o ponto também”. Para ele, a solução passa por uma adaptação no próprio viaduto. “O viaduto tem meio metro de folga em cada lado, um espaço usado por pedestres e ciclistas. A prefeitura poderia construir uma passarela paralela para eles, ao lado do viaduto e criar uma nova pista para os carros neste espaço. Seria bem melhor desta forma”, opina Gilberto.
Conheça a proposta alternativa de moradores pra desatar o “nó” do Orleans
Para o motorista André Oliveira, 26, o problema é que os engarrafamentos tomam muito do seu tempo. “Para entrar e sair da BR-277 é muito complicado, principalmente no horário de pico. Já cheguei a ficar 40 minutos neste trecho. Mas o pior são os sinaleiros, abre um e fecha outro, eles poderiam ao menos, abrir em sequência. Perdemos muito tempo aqui, sempre que posso evito passar pelo Viaduto Orleans”, diz.
Outro insatisfeito é o jornalista Saad Jorge, 58, que dirige diariamente pelos bairros. “Moro na região há mais de 25 anos. E está cada vez pior, em muitos horários você simplesmente não anda. Para resolver isso, só com uma duplicação do viaduto, fazendo um pista que vem e outra que vai. Eu até gosto do (prefeito) Rafael Greca, mas a gente sabe que a prefeitura está afundada em dívidas, acho que vai ser difícil para eles fazerem algo por aqui”, observa.
Pedestres em apuros no Viaduto Orleans
Passando diversas vezes pelo mesmo local, na Av. Vereador Toaldo Túlio bem perto do viaduto Orleans, a diarista Maria Pereira, 64 se frustra sempre que precisa atravessar a rua. “O pedestre sofre, tem horas em que só passam os carros. A gente fica muito tempo aqui, o semáforo não fecha. Por isso, muita gente tem atravessado fora da faixa, se arriscando. Gente que sai do posto de saúde ou mães com as crianças que vem da escola. Já reclamei, liguei para o 156, mas não fizeram nada. Isso aqui é uma tristeza”.
Acompanhada de sua irmã Isabelle, de 10 anos, a estudante Bianca Marques, 18, também reclama. “É bem difícil e perigoso atravessar aqui. Até para os carros é ruim, mas para os pedestres é ainda pior. E é muito congestionado, tinham que colocar uma travessia para os pedestres e ajustar o sinal, que demora demais para ficar verde”.
Semáforos
Segundo a Setran, uma equipa vai até o local verificar se é possível aumentar o tempo do semáforo para a travessia dos pedestres na Avenida Vereador Toaldo Túlio. As melhorias viárias serão definidas nos estudos que estão sendo feitos pelo Ippuc.
Projeto
Em 2016 o tema foi abordado pelo então candidato, o prefeito Rafael Greca (PMN). Em um vídeo divulgado durante sua campanha, ele afirmou que pretende fazer a duplicação do viaduto. “Claro que nós vamos fazer, já no começo da gestão. Resolver este gargalo de transito e unir Santa felicidade e São Braz a Orleans e Campo Comprido, e a cidade inteira. Curitiba é uma só”, disse Greca. No fim de janeiro, o viaduto também esteve em pauta, em uma conversa entre o prefeito e o governador Beto Richa (PSDB), que prometeram melhorias no tráfego desta região.
Também no ano passado, em março, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) apresentou na Câmara Municipal de Curitiba quatro cenários possíveis para resolver o problema e melhorar a fluidez no trânsito da região do viaduto. Eram eles: a duplicação do viaduto existente, alargamento do viaduto e das vias marginais da BR-277, alargamento do viaduto com um semáforo e, por fim, inversão de sentidos e alteração de circulação do tráfego existente. No entanto, hoje, um ano depois nada mudou.
De acordo com o presidente do Ippuc, Reginaldo Reinert, o Viaduto Orleans sobre a BR-277 está entre as intervenções de melhoria do sistema viário que integram as ações da Prefeitura previstas para a Regional de Santa Felicidade. É uma demanda antiga para a qual não há projeto finalizado, mas estudos divulgados pela gestão anterior envolvem a duplicação do viaduto e inversões no sentido do tráfego em determinados trechos entre outras propostas.
Os estudos serão avaliados levando em conta a necessidade da atualização dos custos estimados, a disponibilidade de recursos para a contratação de projetos, a viabilidade da intervenção no que diz respeito ao impacto da obra, as ações possíveis em parceria com a concessionária da rodovia, entre outros pontos.
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