O que antes trazia segurança e tranquilidade para a população virou sinônimo de medo, prejuízo e até de risco para a saúde. Abandonado há anos, o antigo módulo da Polícia Militar (PM) localizado em um jardinete no cruzamento das ruas General Potiguara, Aleixo Skraba e Doutor Luís Losso Filho, no Novo Mundo, hoje serve de abrigo para usuários de drogas e álcool e, também, como depósito de lixo.
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Alvo de reclamações de moradores, comerciantes e de quem mais frequenta a região, a construção impressiona pelas condições em que se encontra. Além da sujeira de todo os tipos – incluindo até dejetos humanos -, muitos insetos e pombos ainda são vistos no local. E apesar estar em estado precário, segundo seus “vizinhos”, o imóvel é ocupado diariamente por grupos de pessoas que vivem em condição de rua.
Comerciante na região há mais de 17 anos, Dalton Gasparoto, 42 anos, revela que do jeito que está, o antigo módulo afugenta seus fregueses. “Incomoda os clientes. O pessoal fica com medo. Aqui, para poder trabalhar sem ser assaltado tem que ter segurança. Eu tive que contratar uma equipe e isso pesa no fim do mês”, diz.
“Está virando uma cracolândia e nós temos medo deste pessoal. Eles sempre vêm pedir alguma coisa em nossas lojas e não vão embora até conseguirem. Mas a criminalidade no bairro todo está demais, são muitos os roubos e os assaltos”, conta a comerciante M.*, 55, que trabalha perto do antigo módulo há mais de três décadas e que pediu para não ser identificada.
Por todo o bairro
Morador do Novo Mundo, o empresário Paulo Roberto Gaertner, 67, também reprova o abandono do imóvel. “O que a gente vê aqui é muito tráfico de drogas e bebedeira. E não tem horário, é dia e à noite isso aí”, afirma. Ainda de acordo com o morador, é preciso aumentar o policiamento no bairro. “Segurança aqui é complicado, fica a muito a desejar. Apesar de ter um batalhão aqui perto, a gente não vê muito eles (os policiais) por aqui”, aponta Paulo.
Solução?
Para as pessoas afetadas pelo abandono do módulo desativado, o ideal seria que ele voltasse a funcionar, abrigando novamente um equipamento da PM ou então, da Guarda Municipal (GM), podendo ter o apoio da comunidade, a exemplo do que acontecia anos atrás, quando ele era chamado de “Base Comunitária do Novo Mundo”. Caso não seja possível, eles pedem que o imóvel seja demolido, dando lugar a um jardim, ou uma “pracinha” para a população.
“Reativa, faz uma praça, ou aproveita o terreno no projeto da nova rotatória”, defende a comerciante Fátima Voiteche, 52.
Partilhando da mesma opinião, o empresário Anísio Benoski, 58, reforça o pedido. “Esse é um bairro maravilhoso e uma comunidade forte. O que nós pedimos é que reativem [o módulo]. Nós, empresários aqui, assumimos os custos. Queremos que botem segurança para nós. Ou destruam e façam um jardim, algo que fique bonito e não um lixão abandonado”.
Em apoio à reivindicação dos moradores e comerciantes da região, o vereador Tico Kuzma (Pros) enviou um requerimento à prefeitura questionando se há interesse ou possibilidade de município ou Estado reativarem o módulo para a PM ou a GM.
Só módulos móveis
A Polícia Militar informa que há alguns anos a estrutura deste local não pertence à corporação. “Hoje a Polícia Militar trabalha com a modalidade Módulo Móvel, que circula nas regiões de abrangência do batalhão, e não mais com módulos fixos. Para atender a população, o policiamento preventivo ostensivo tem sido feito na região pela 1ª Companhia do 13º BPM, diariamente”.
Além disso, a PM destaca que está à disposição via 190 e não se furta em atender ocorrências quando chamada. Conforme a PM, quem se sente ameaçado ou presencia algo ilícito é estimulado a denunciar. “A população também pode colaborar com a PM fazendo denúncias por meio do telefone 181”.
Em nota, a Guarda Municipal explica que tem desenvolvido um trabalho de policiamento de proximidade, a partir da identificação de áreas que mais necessitam de atividades que competem ao poder público municipal, em apoio a ações de segurança pública. “Para isso, uma das utilizações mais eficazes é a do patrulhamento preventivo com rápido deslocamento, dependendo das situações e problemas pontuais, com o apoio de módulos móveis. Um módulo fixo no local mencionado não está sendo cogitado atualmente pela Guarda Municipal”, esclarece.