Era uma quarta-feira normal para o comerciante Otávio Straube, dono de uma loja de baterias no bairro Novo Mundo. Após fechar o estabelecimento, no final da tarde, ele escutou um barulho vindo de um bueiro. Ao se aproximar, se deparou com uma cena da qual não gostaria de se lembrar pelo resto da vida. “Escutei um choro e fui chegando mais perto. Quando eu vi, não acreditei”, disse.

continua após a publicidade

Ao chegar ao buraco, Otávio se deparou com um cachorro da raça poodle de cor preta. O animal estava molhado e assustado. Na tentativa de recolhê-lo, ele percebeu que o cãozinho estava com a coluna partida ou meio. “As patas traseiras não tinham movimento algum e quando eu passei a mão no corpo dele, senti o osso fraturado”, lembra.

No mesmo momento, o comerciante se dirigiu rapidamente a uma clínica veterinária. Chegando lá, o diagnóstico não era dos melhores. “‘O veterinário constatou realmente que a coluna estava fraturada e sugeriu a eutanásia. Mas alguma coisa me dizia que o cachorro estava bem e não merecia morrer. Resolvi levar pra casa pra ver no que ia dar”, diz.

Após alguns dias sob medicação, o cachorro foi melhorando, apesar de não contar com os movimentos das patas traseiras. Para tentar ajudar o cachorro a se locomover melhor, Otávio construiu uma cadeira de rodas par o animal, que naquela altura já tinha sido apelidado de “Marujo”. “Dei esse nome, pois ele chegou molhado, como se tivesse vindo de uma grande tempestade em alto mar”, conta.

continua após a publicidade

Marujo se juntou a outros oito cachorros que estão sob cuidados de Otávio em sua loja. “Todos os animais eu peguei na rua e cuidei. Deixo eles nos fundos do estabelecimento, sempre mantendo tudo limpo pros bichinhos não sofrer”, diz. Hoje, “Marujo” está sob o olhar atento de Otávio. Fica sempre ao seu lado durante o expediente. “Eu fico de olho nele e ele de olho me mim. Parece que ele não quer ficar mais sozinho”, diz.

Agressão

continua após a publicidade

Para Otávio, “Marujo” se perdeu do dono e acabou nas redondezas do Novo Mundo sem querer. “Antes de eu encontrá-lo, uma vizinha da loja disse que já o tinha visto andando pelas redondezas. E logo depois eu o achei. Acho que ele se perdeu dos donos, porque ele foi achado com coleira. E pela fratura, ele tomou algum chute de alguém. Se tivesse sido atropelado, estaria com machucados abertos. Então, infelizmente, creio que ele sofreu uma agressão, o que é uma pena, muito triste”, lamenta.

Apesar de gostar da companhia dos cachorros, Otávio diz que não tem condições de manter os animais. “É uma pena, mas preciso doar alguns. Os que estão nos fundos da loja estão saudáveis, mas o “Marujo” precisa de cuidados especiais. Ele toma injeção pra inflamação a cada dois dias. Além disso, acho que ele precisa fazer uma cirurgia, que eu não posso pagar. Então, ele precisa de uma lar melhor e de um dono que tenha condições de mantê-lo saudável”, lamenta.

“É um cachorro extraordinário. Ele é muito educado e obediente. Está com cerca de oito anos e é bem tranquilo. Quem conseguir cuidar do ‘Marujo’, terá um animal fantástico. É que eu realmente não posso. Mas quero ter certeza que ele vá para um lugar bacana”, ressalta.

Quem quiser saber mais informações sobre o “Marujo”, basta ligar para o Otávio nos números (41) 9666-1651 e (41) 3248-1995.

Comente aqui.

– O que você faria se encontrasse um cachorro no mesmo estado do Marujo?

– Você já adotou ou ajudou algum animal abandonado?

– Conhece alguma história de pessoas que se dedicam a resgatar e cuidar de bichos?