Todo mundo reclama, mas falta disposição para buscar soluções que garantam a destinação adequada às fezes dos cachorros que circulam pelas ruas da cidade. O que poucas pessoas sabem é que tanto não coletar quanto decidir por recolher os dejetos em sacolas plásticas e deixar no gramado ou no lixo comum geram problemas de limpeza pública e para o meio ambiente. Ciente disso, um morador antigo do Água Verde e atual presidente da Associação de Desenvolvimento Empresarial e Comunitário do Bairro Água Verde (Adecoav), Edu Olavo Júnior, especialista em recursos hídricos, desenvolveu programa de educação ambiental chamado Cão Verde.
Da parte da iniciativa privada, ele explica que as empresas que fabricam ração animal, por exemplo, poderiam oferecer pacotes de papel Kraft de brinde para incentivar as pessoas a recolherem com o material adequado os dejetos de animais. “Em larga escala, o custo desses pacotinhos não chega a centavos”, explica.
Orientações
De concreto, até agora, o programa conta com a vontade dele e de 11 moradores do bairro bastante engajados. Segundo Olavo, enquanto não se articulam de forma efetiva os demais agentes, o grupo busca orientar as pessoas que circulam pelas ruas do Água Verde a coletarem os dejetos e levarem para jogar no vaso sanitário de suas residências. “Não é o ideal, mas poupa a natureza da combinação plástico e matéria orgânica, que leva muito tempo para se decompor”.
Donos rejeitam improviso
Entre os donos de cachorros, a solução improvisada encontra resistência. “É complicado trazer de volta para casa, porque mesmo jogando na privada, o saco onde transportamos fica sujo e cheira mal”, aponta a dona de casa Emília Aoke que há quatro anos é dona de cão da raça pug. “O ideal seria a instalação de lixeiras específicas”, defende. Por enquanto, apenas coleta em saco plástico e joga na lixeira comum ou em caçambas. Responsável por dois cães da raça bulldog francês, a empregada doméstica Cristina da Silva leva os cachorros para passear quatro vezes ao dia. “Não dá para recolher e trazer de volta. O ideal seria ter lixeira”, constata.