Os Caçadores de Notícias testaram o funcionamento e constataram que mesmo em um sábado de temperaturas baixas a equipe de coleta permanece no ponto para receber materiais como baterias de qualquer tipo, componentes eletrônicos, restos de tintas e remédios, embalagens de inseticidas, chapas de Raio X e filmes fotográficos, além de lâmpadas fluorescentes (até dez unidades) e óleo de cozinha.
Experientes
O caminhão também já fidelizou muitas pessoas que estão craques no que pode ou não levar. Moradora da região Central, Marcia Cassins há anos separa o lixo tóxico. “Não uso todo mês, porque espero para acumular um pouco, mas não consigo deixar de separar, bate uma culpa de saber que não é o local correto e vai prejudicar o meio ambiente”, explica. Ela atesta que aprendeu muito com os funcionários do caminhão sobre o que se enquadra ou não na categroia lixo tóxico. “Descartei mais de 100 fitas de vídeo cassete, mas antes desmontei cada uma para separar o plástico do filme”, conta.
Marcia explica que essa foi a vez que mais teve trabalho. “Na maioria das vezes é só armazenar em um local que evite a contaminação do restante da casa”.
Falta divulgação
O comerciante Silvério José Pires leva mensalamente o material tóxico acumulado para o ponto próximo ao Terminal Ângelo Antonio Dalegrave, na Avenida Visconde de Guarapuava. Ele diz que começou a fazer por perceber que a separação gera emprego e renda para um grupo significativo de pessoas. “Comecei e em pouco tempo o restante da minha família passou a fazer também, até porque viram que não dá tanto trabalho”, recorda. Para ele, o que deveria ser repensado é a divulgação do serviço. “Precisava de mais divulgação porque muitas pessoas descartam o lixo tóxico de maneira incorreta por não acreditar que o caminhão estará no dia programado”, argumenta.
Cada vez mais gente
Mesmo sem ampla divulgação para lembrar a data da coleta, o coletor Paulo Sérgio Ribeiro diz que dia após dia mais pessoas aderem à separação. “Quando entrei, levava um mês para juntar lâmpadas e óleo de cozinha. Agora temos que descarregar todo dia”, comemora. Outros itens como baterias e remédios, demoram 30 dias para encher um tambor.
Como o serviço é focado em coleta domiciliar, eles estão autorizados a receber até 10 quilos de lixo tóxico de cada pessoa, sendo que as lâmpadas ficam restritas a 10 unidades. Por isso mesmo, quem entrega o lixo preenche um cadastro com o nome completo, endereço e o número de identidade.