Fé no volante!

Samuel Bittencourt

Muitos motoristas aproveitaram a primeira sexta-feira do ano para levar seus automóveis na bênção dos freis capuchinhos. A tradição de benzer automóveis já se espalhou pela cidade, e além da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, a bênção teve sua quarta edição no Santuário São Leopoldo, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

Há quatro anos, o Frei Alvadi Marmentini foi transferido para o Santuário São Leopoldo e levou consigo sua experiência após o convívio na Capela do Mercês e mobilizou a comunidade da CIC. “Aqui velamos muitas vítimas do trânsito e sabemos bem como é penosa a dor de uma família que sofre com uma morte tão súbita como as desses acidentes”, conta Alvadi.

Além da bênção, o frei deixou um cartaz no mortuário da capela com a frase: “Tua família e teus amigos te esperam, não termine sua viagem aqui”. Alvadi acredita que para evitar fatalidades a benção ajuda, mas é imprescindível respeitar as leis de trânsito. “Nossa bênção não faz mágica, apenas renovamos a fé dos motoristas e advertimos para que tenham solidariedade no trânsito e que valorizem a própria vida”, diz o frei.

Mensagem recebida pelo motorista José Marques, que antes de viajar para Faxinal do Céu, foi em busca da bênção. “A gente usa cinto, anda na velocidade certa, mas ainda assim sempre é bom reforçar a proteção”, diz Marques. O motorista, que benze o carro pelo terceiro ano, confirma que até hoje a proteção têm funcionado. “Graças a Deus nunca sofri nenhum acidente”, afirma Marques.

Já para o motorista Rogério Meier é a primeira vez que ele enfrenta a fila para ter seu carro benzido. “No que depende da gente andamos certinho, mas no trânsito nunca depende apenas de um motorista”, diz Meier.

Mas se depender da benção dos freis em 2014 os acidentes de trânsito vão diminuir. De acordo com Alvaldi, desde as 7h da manhã até as 20h, mais de 20 mil automóveis, entre carros, motos, vans e caminhões, passaram pela bênção dos capuchinhos.

Mercês

Na Paróquia Nossa Senhora das Mercês, a bênção começou às 6h e foi até as 21h. A expectativa era que cerca de 25 mil carros passem pela igreja, que fez sua 59.ª edição da celebração. O fluxo de veículos e pedestres foi intenso nas proximidades da Paróquia, com filas na Avenida Manoel Ribas e na Rua Brigadeiro Franco.

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