Com belas praias de areias brancas e um mar azulado limpo e convidativo, a Ilha do Mel é um dos principais destinos turísticos do litoral do Paraná. A ínsula, localizada na Baía de Paranaguá, atrai tanto turistas que buscam descanso, quanto os mais aventureiros e, por isso, é procurada em todas as épocas do ano. Assim como em qualquer destino litorâneo, na alta temporada, o movimento na ilha fica maior e, por consequência, também o vai e vem de barcos e lanchas que fazem a travessia entre os municípios de Pontal do Paraná e Paranaguá, e as belas praias da ilha. Ao todo, segundo a Associação dos Barqueiros das Bahias do Litoral Norte do Paraná (Abaline), são 75 embarcações registradas, operando a todo o vapor, principalmente entre os meses de Janeiro e Fevereiro, quando a procura pelo serviço é maior.
Até semana passada o trajeto não despertava receio em quem escolhia a ilha como destino para as férias, porém, o naufrágio da embarcação Achalana, registrado no fim da tarde do último domingo (7), assustou muitos veranistas. O barco transportava 88 pessoas e foi à pique no trecho náutico entre a Ilha e Pontal do Paraná. Felizmente, todos foram salvos a tempo.
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Depois do incidente, o Achalana foi rebocado até o município de Pontal do Paraná e, imediatamente, os órgãos responsáveis se manifestaram, em resposta ao ocorrido. Por meio de nota, a Abaline esclareceu que o barco em questão não fazia parte da frota cadastrada pelo órgão. “A Abaline atende a população há 40 anos. Nossos barcos passam por vistoria técnica anualmente na Capitania dos Portos e, durante a temporada, os fiscais avaliam a frota todos os dias”, afirma o fiscal da associação, Vandir Alves de Oliveira. Já a Capitania dos Portos informou que realizaria uma vistoria técnica na embarcação para apurar as causas do naufrágio.
A questão chamou a atenção das autoridades marítimas, que agora, redobram a atenção sobre a segurança nas embarcações e garantem: não há o que temer. De acordo com o fiscal da Abaline, a frota licenciada para fazer o transporte de passageiros para a Ilha do Mel passa por vistorias anuais junto à Capitania dos Portos e, durante a alta temporada, a frota é avaliada diariamente. Além disso, segundo Vandir, as embarcações foram padronizadas recentemente e receberam novos itens de segurança como coletes salva vidas, apitos, sinalizadores, luzes, bóias e buzinas. “Se algum desses elementos não estiver em dia, o barco não pode nem sair”, ressalta.
De acordo com a Capitania dos Portos do Paraná, a fiscalização é rigorosa e feita por meio de inspeções navais regulares durante todo o ano, e intensificadas aos finais de semana, feriados e período de férias de verão. “Na temporada, por conta do aumento de turistas as fiscalizações são realizadas aleatoriamente nos terminais de saída e chegada, podendo também ocorrer abordagens durante o trajeto da travessia. Tudo para garantir ainda mais que a regulamentação de segurança está sendo obedecida”, afirma.
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Para evitar que a diversão se transforme em susto, como foi com o Achalana, é importante garantir que a embarcação escolhida para a travessia esteja devidamente licenciada pelas autoridades marítimas. Isso garante que em caso de acidente, o barco esteja equipado com os itens de segurança necessários. A lista de itens elencados pela Capitania incluem: coletes salva-vidas equivalentes à lotação do barco, e no mínimo, mais 10% de coletes infantis posicionados em local de fácil acesso, boias circulares, balsas rígidas, extintores de incêndio, rádio, entre outros. Além dos objetos, a tripulação deve ser qualificada e preparada para instruir os passageiros em relação às medidas de segurança e emergência.
Não é somente para a parte interna das embarcações que as regras valem. De acordo com a Capitania dos Portos do Paraná, é importante estar atento ao aspecto geral dos barcos. Para quem não entende de navegação, alguns sinais podem indicar que a nau não está adequada para embarque. “Os passageiros podem verificar se o barco está em boas condições, se não há ferrugem excessiva nos extintores de incêndio ou se está adernando – ou seja – se está pendendo mais para um lado do que para o outro, comprometendo a estabilidade da embarcação. Sinais de desgaste nas cordas das balsas ou boias também podem ser observados e, um dos cuidados mais importantes: excesso de passageiros”, alerta o capitão Germano.
Uma vez regularizados e cumprindo o disposto pelas autoridades marítimas, as embarcações podem ser consideradas seguras e os turistas estão liberados para aproveitar tranquilamente as férias. “Via de regra, as embarcações que exploram a atividade comercial de transporte de passageiros obedecem padrões legais ainda mais rigorosos do que as embarcações de esporte e recreio, por exemplo. Conforme fiscalizadas e devidamente regularizadas perante à autoridade marítima podem, sim, ser consideradas confiáveis”, finaliza o capitão.
Constatou uma embarcação irregular? Denuncie!
Identificada qualquer irregularidade, a Capitania dos Portos do Paraná recomenda que a denúncia seja feita por meio do telefone (41) 3721-1542, ou pelos endereços: inspnav@marinha.mil.br e faleconosco.cppr@marinha.mil.br.
Vale destacar que todas as embarcações que realizam o transporte de passageiros devem disponibilizar, em local visível para todos, o telefone da Capitania e que, em qualquer situação de desconforto, sentimento de insegurança ou irregularidades devem ser relatados à tripulação da nau ou diretamente à Marinha.