Um som envolvente e ao mesmo tempo misterioso. Esta pode ser uma das infinitas possibilidades para descrever o som da gaita de boca, já que as sensações variam de acordo com a percepção de cada ouvinte. Mas independente da conclusão a que se chega, é quase certo que sedutor também seja um dos adjetivos utilizados para descrever o poder do instrumento.
“É totalmente envolvente, um dos mais sedutores, musicalmente falando, até para quem não conhece muito de música. Quem escuta se encanta só com o som”, descreve o gaitista e professor Pedro Tosi, 27. “É um instrumento de muito feeling, de sentimentos e faz com que as pessoas se identifiquem”, completa.
A técnica para tocar a gaita também é de deixar o espectador de boca aberta. É preciso fôlego e bastante conhecimento (e treino) do próprio corpo, especialmente do diafragma, da glote e, claro, dos pulmões. Consequentemente o sopro dá lugar a uma diversidade de sons e tons.
Talvez não tão famosa quanto a bateria, a guitarra ou o violão, a gaita de boca tem ainda a praticidade como uma grande vantagem. Geralmente pequeno, o instrumento é pratico porque cabe no bolso, não custa caro (a partir de R$ 60) e acompanha o músico a qualquer lugar. “A qualquer momento você tem a gaita contigo”, diz o gaitista que aprendeu a técnica “de ouvido” e, mesmo tendo domínio de outros instrumentos,se apresentou formalmente apenas com a gaita.
O contato começou há nove anos, quando Tosi trabalhava em uma loja de instrumentos musicais. A aproximação aconteceu para ter mais conhecimento das solicitações dos clientes e transformou-se em uma paixão. Há algumas semanas ele começou a dar aulas na escola de música Academia do Rock.
Rock e blues
Instrumento dos renomados Steve Wonder, Elton John e Bob Dylan, a gaita de boca é um dos principais destaques do blues e traz um diferencial significativo para o rock. E é neste diferencial que a escola de música, que tem o foco no rock and roll, aposta para ensinar seus alunos. “A gaita completa, é bacana. Gosto da sonoridade e acho o instrumento às vezes triste, às vezes alegre, depende da intenção do músico”, avalia o diretor da escola, Marcelo de Freitas.
Ministrada em nível iniciante, intermediário ou profissional, as aulas são individuais, e prioritariamente práticas, estimulando a intimidade com o instrumento. Na teoria, o aluno é apresentado à postura, às técnicas básicas de sopro, de vibrato e língua. Informações: www.academiadorock.com.br