Após a reclamação da situação de abandono da Praça Bento Mussurunga, no bairro Jardim das Américas, moradores se queixam da “solução” encontrada pela Prefeitura. Desde junho do ano passado, o vestiário que apresentava sinais de vandalismo e era utilizado por usuários de droga foi soterrado junto com o banheiro que era utilizado por frequentadores da praça.
Há um ano o vestiário, que passou 15 anos desativado, estava sendo usado como abrigo por usuários de drogas e moradores de rua durante as noites frias. E durante o dia o lugar era frequentado por quem utilizava os diversos equipamentos que a praça oferece, como a quadra de futebol, a pista de skate e o parquinho das crianças. “Durante as sextas-feiras, dia em que ocorre uma feirinha, os banheiros eram muito solicitados. Agora tem aqueles banheiros móveis, mas é ruim por que não tem como lavar as mãos”, conta a moradora Rose Maristela Gonçalves.
Segundo Maristela, foram 32 anos utilizando a praça. Ela nasceu e cresceu brincando naquele parquinho e lamenta pela situação atual do lugar. “Sinto pelos meus filhos que não vão ter a oportunidade de ver como aqui era cheio de gente e como era bem cuidado”, lembra a moradora. “Reparei que o escorregador de dois andares foi retirado. Era a única praça da cidade com um desses”, lamenta.
O escorregador de concreto de Maristela foi parar debaixo da terra, junto com o banheiro dos feirantes e com o mocó dos drogados. Outros equipamentos danificados da praça foram colocados dentro do antigo vestiário e cobertos por terra. Porém, o problema que os moradores enfrentavam com o aumento da frequência de usuários de droga não mudou.
“Moro há 50 anos aqui, na esquina da praça mesmo, e fui assaltado pela primeira vez ano passado. Quase em frente a minha própria casa”, relata indignado o morador Alceu Guilherme. Além do medo, Guilherme reclama do lixo acumulado. “Antes não víamos tanta sacola de lixo largada no meios da praça. Quando a praça fica largada assim a bandidagem toma conta”, diz.
Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente a solução de cobrir o vestiário com terra teria sido apenas uma medida paliativa. A primeira medida para proteger o local da ação de vândalos foi fechar o vestiário, mas como as depredações continuaram, a solução foi “enterrar o problema”. A secretaria afirma que medidas ainda estão sendo estudadas para resolver a situação, e a praça pode passar por uma revitalização ainda neste ano.
Limpeza por conta própria
Moradores do bairro Jardim Social reclamam do mato alto que se acumula a meses na Praça Presidente Einsenhower. Segundo os moradores a grama não recebe nenhum tipo de cuidado desde novembro.
Para quem utiliza o lugar para trabalho, esperar não é opção. Com seu próprio cortador, o vendedor de caldo de cana, Dirceu Strapasson, que utiliza a praça como ponto, partiu para ação. “A gente tem que cuidar bem de nosso cliente. Vi que o mato já estava ficando alto e resolvi dar um trato no mato, por que se não ninguém vai querer parar”, afirma Dirceu.
A grama já cresceu tanto que toma conta até da cancha de futebol de areia. Há mais de três anos trabalhando na praça, Dirceu conta que dificilmente se vê alguém utilizando a cancha. “Desde que estou aqui vi umas duas vezes só o pessoal batendo uma bola na quadra. Também, com mais um pouco de mato já dá até pra fazer um campo de grama”, brinca.
A Secretária Municipal do Meio Ambiente informou que o corte de grama na Praça Presidente Einsenhower estava interrompido desde o final do ano passado, pois a região ainda não possuía nenhuma empresa contratada para prestar o serviço. De acordo com a secretária, licitação já foi feita e aguarda a homologação do contrato, e até o fim de janeiro a situação já deve ser regularizada.