POR Ana Tereza Motta
Acabou a paz. A rotina dos moradores do Jardim da Américas virou um caos. Com o fechamento dos dois sentidos da trincheira da Avenida Jornalista Aderbal Gaertner Stresser, que liga o Uberaba e o Cajuru por baixo da BR-277, o trânsito está sendo desviado pela Rua Doutor Carlos Bruno Breithaupt, que é a continuação da Rua Sebastião Marcos Luiz. “Tem complicado bastante a nossa vida”, diz o aposentado José Nilton Nolla, 68.
“Percebi que de um dia pro outro o movimento ficou absurdo, e eu fiquei sabendo que era por causa dessa obra”, revela o técnico em telecomunicações Rafael Lino. O engenheiro civil Ronaldo Alves de Medeiros Junior, 29, também reparou no aumento do fluxo. “Não era uma questão catastrófica como está hoje em dia. A situação mudou completamente. Agora a gente leva duas ou três vezes o tempo que estava levando antes pra chegar em casa e pra sair também”, compara.
Tudo travado!
Nos horários de pico, a rua fica completamente parada. Além do grande número de veículos, as linhas do transporte coletivo Centenário e Centenário/Boqueirão também alteraram o trajeto por causa dos bloqueios. “Os ônibus mudaram a rota, estão passando direto na nossa rua. Eles não esperam o sinaleiro abrir totalmente, passam no amarelo, trancam a rua e ficam os dois sentidos obstruídos”, conta o engenheiro civil Sérgio Luís Brackmann, 48.
Os moradores encontram muita dificuldade para entrar e sair de casa. “Tem que depender da boa vontade de quem está aqui na frente, que não é muita. Deixam a gente passar, mas nem sempre”, comenta Rafael.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) as obras nas trincheiras devem ser concluídas até o final de junho. Está sendo feita a base para a pavimentação e a última fase será a sinalização.
Rotina de acidentes
Com tantos veículos, motocicletas, ônibus e caminhões passando pelo local, as colisões passaram a fazer parte do dia a dia dos moradores. Na semana passada, Rafael presenciou um acidente bem em frente à sua casa. “O Renault veio pela contramão, fechou um carro que estava na pista de cá e o motoqueiro que estava atrás bateu junto. Perigoso acontecer alguma coisa até pior”, diz ele, que por pouco não foi vítima de um acidente também. “Ando de bicicleta e quase fui atropelado por uma moto nessa confusão”. Segundo Ronaldo, os barulhos das colisões são frequentes. “Semana sim, semana não, a gente está escutando batida”.
Falta educação!
Os moradores afirmam que a falta de educação dos motoristas contribui para o caos. No final da Rua Doutor Carlos Bruno Breithaupt está a trincheira da Rua Sebastião Marcos Luiz, que dá acesso a BR 277, ao bairro Cajuru e à cidade de Pinhais. Só que o grande problema é o cruzamento com a Rua Doutor Bronislau Ostoja Roguski, onde há um semáforo que não é respeitado. “Às vezes tranca por um não dar preferência, não está tendo colaboração e fica uma sinuca que ninguém consegue passar”, afirma Sérgio.
Cadê a fiscalização?
Como o desrespeito impera no local, os moradores afirmam que já fizeram várias solicitações à Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) através do telefone 156, mas não obtiveram resposta. Para eles, a única saída para amenizar a situação do local seria a fiscalização. “A gente espera realmente que alguém olhe pra isso tudo e ache uma alternativa, que resolva esse problema pra gente”, pede o aposentado Nilson. “Pelo menos uma viatura do Setran aqui no sinaleiro. Seria importante nos horários de pico eles ajudarem a monitorar e sinalizar para que os carros pudessem ter a preferência, mas também respeitar quem está querendo passar”, ressalta Sérgio. A Setran prometeu fiscalizar o trecho esta semana para verificar se há necessidade de rever os desvios.