Relíquias da vovó

Luiz de Lima Fonseca, 42 anos, sempre gostou de antiguidades, e usava algumas peças de sua coleção particular para decorar a loja de miniaturas de brinquedos que mantinha no Hauer. “Os clientes sempre perguntavam se os itens que eu colecionava estavam à venda, queriam comprar”, conta. De tanto a freguesia demonstrar interesse, o empresário viu que poderia transformar seu hobby em negócio.

Entre as peças comercializadas, estão algumas relíquias que valem “uma nota”. Foto: Felipe Rosa.
Entre as peças comercializadas, estão algumas relíquias que valem “uma nota”. Fotos: Felipe Rosa.

Há um ano, abriu a JL Antiguidades e Retrô em uma salinha de 20 metros quadrados, “só uma portinha”. Em pouco tempo, apareceu tanta gente que Luiz teve de aumentar o acervo, e passou para um ponto com 160 metros quadrados, na Rua Anne Frank. Hoje, tem mais de 6 mil peças, entre gramofones, carrinhos de bebê, tico-ticos, orelhões da Telepar, penteadeiras, caixas registradoras, tênis Conga e Kichute, garrafas de refrigerante Crush, bicicletas. Há itens de 1910, 1950, 1960. Tudo com uma cara – e um valor – que só a passagem do tempo dá.

Uma das peças mais especiais é um televisor Philco de 1970, feito especialmente para a Copa do Mundo daquele ano, com um design moderno para a época. Entre os itens mais difíceis de encontrar – portanto, mais caros – estão os pedal cars e os tico-ticos antigos, que, por serem brinquedos de criança, estragavam e quebravam muito. Luiz tem um tico-tico à venda por R$ 1.200.

reliquias1Um desses artigos, inclusive, foi motivo de briga entre ele e a esposa, Josilene da Silva, com quem trabalha junto. Em 2011, Luiz arrematou um tico-tico e um calhambeque de brinquedo por R$ 150 em uma feira de antiguidades. Ao mostrar as compras para a mulher, ela quase teve um treco. “Eu falei: ’pra quê você foi comprar essa velharia’, achei que tinha sido dinheiro jogado fora”, lembra Josilene. Pouco tempo depois, o empresário repassou os itens por R$ 1.500 e ela teve de reconhecer que foi um bom negócio.

Sem crise

Não existe tempo ruim para o mercado de antiguidades. “Gente de todo tipo e idade compra. Alguns são colecionadores, outros querem fazer uma decoração retrô, outros gostam de levar móveis antigos para a casa do sítio”, explica. A rotatividade dos produtos é grande. “Qualquer coisa da Coca-Cola não para um dia sequer na loja.”

Os mais fissurados se dispõem a vir de longe para arrematar as relíquias. “Já veio cliente do Rio Grande do Sul, de Balneário Camboriú (SC), Florianópolis (SC), só para buscar as coisas pessoalmente”. No Facebook, por onde é fechada a maior parte das vendas, internautas disputam artigos raros. “Quando anunciamos algo e aparece um monte de interessados comentando, temos que estabelecer um critério, vender para o primeiro que comentou, porque senão dá briga”, afirma Josilene.

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Serviço
JL Antiguidades e Retrô
Rua Anne Frank, 3852
Fone (41) 3501-9248
www.facebook.com/JLANTIGUIDADESERETRO

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=cfLeDuQd9rU[/youtube]

Sobre o autor

Luisa Nucada

(41) 9683-9504