Remédio natural

A variedade é grande. Na calçada da rua tem pé de mamão, café, hortelã, plantas medicinais, flores e muito mais. Sebastião Augusto da Costa, 66 anos, há mais de 20 anos mora no Guaíra, em Curitiba. O amor ao bairro rendeu frutos, literalmente. A rua em que mora, Avenida da República, é bastante conhecida e até mesmo movimentada, mas isso não é empecilho para que a plantação que ele começou não seja bem cuidada.

Foto: Átila Alberti.
Foto: Átila Alberti.

Sentado em um banquinho improvisado, o “Seu Bastião”, como é conhecido na vila, cuida das plantas como quem cuida de um filho. Ele diz que é um prazer enorme poder cuidar de todas elas e que poder compartilhar os frutos com os vizinhos é ainda melhor. “Aqui eu comecei com uma árvore, era uma semente. Plantei na beira do muro da minha casa e depois mudei outra vez. Eu plantei esse pé de café e depois comecei a plantar outras coisas. Eu plantei quiabo, jiló, café, hortelã, folhas de remédio, arruda. Eu planto de tudo um pouco”, contou, rindo, o auxiliar de servente que está aposentado.

A pequena hortinha cultivada na região já conquistou outros vizinhos. Ordani Mendes de Araújo, 52, passou a usar uma das plantas dali como remédio. A intenção era baixar seu colesterol que estava alto e, segundo ele, o remédio vem funcionando. “Eu tomo um remédio que se chama ’mão de Deus’, que baixa o colesterol e é bastante bom. Também estou aproveitando a horta do ’Bastião’, é muito bom”, relatou o morador da rua.

Foto: Átila Alberti.
Foto: Átila Alberti.

Outras hortas

Além do Sebastião, outras pessoas resolveram investir em hortas comunitárias. O assunto já gerou bastante polêmica, mas em julho deste ano o prefeito Rafael Greca suspendeu multas que poderiam ser geradas a algumas pessoas que estavam plantando nos bairros em que moram. Na época, Greca lembrou que a agricultura urbana é uma tendência mundial, por isso tomou a decisão de não multar essas pessoas. De acordo com a prefeitura, uma horta como a do seu Sebastião pode ser mantida, já que não atrapalha a via. Para esse tipo de situação ainda não existe lei.

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