Ficar cinco minutos assistindo o trânsito na esquina das Ruas Helena Grodski (que muitos conhecem como continuação da Estrada do Ganchinho) e Antônio Augusto de Brito, no Ganchinho, dá a sensação de estar no meio de um balaio de gato. O trânsito é muito confuso e acidentes vivem acontecendo. Nos horários de pico, no começo da manhã e final de tarde, engarrafa e a circulação fica quase inviável. Quando algum caminhão quebra na curva quase embaixo da trincheira então, trava tudo e ninguém anda.
Quem circula pela Rua Antônio Augusto de Brito até nem tem tanto transtorno. O problema é para quem está na Rua Helena Grodski, onde o tráfego não segue reto ao chegar nesta esquina. Sua continuação dá uma ‘quebrada‘ para o lado. A confusão acontece com os motoristas que tentam seguir ‘reto‘ no sentido CIC e dão de frente com os carros que vêm no sentido contrário e tentam dobrar à esquerda, para pegar a trincheira. Os carros se atravessam uns na frente dos outros e não dá para entender de quem é a preferência, quem deve esperar a vez de quem.
Também é problema para quem não conhece a região e circula por lá à noite. Quem vem no sentido Ganchinho e cruza esta esquina, muitas vezes não percebe que a rua ‘acaba‘ num barranco e para continuar nela é necessário fazer um “s‘ para a esquerda e direita. ‘Esses dias atrás uma mulher não percebeu a rua e foi reto em cima do barranco. Arrebentou toda a frente do carro. Já fui ali na regional pedir para colocar umas manilhas ali. Eu mesmo pintaria de preto e amarelo para sinalizar. Mas ninguém deu bola pro meu pedido‘, fala o aposentado José Jair, 57 anos, dono de imóveis na esquina.
Semáforo em quatro tempos
José Jair conta que após conversar com uma diretora da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), há pouco mais de dois anos, conseguiu a instalação de semáforos nesta esquina, o que organizou um pouco o trânsito. No entanto, além de não ter resolvido totalmente o problema, ele soube que aquela esquina não é somente de jurisdição municipal. Toda e qualquer obra ali é de responsabilidade conjunta do município com o governo federal, e por isto a Setran ‘arranjou briga‘ com órgãos federais colocando semáforos ali por conta própria.
A ideia dos moradores e comerciantes ao redor, inicialmente, era a de que fosse feita uma rotatória ali. Mas, na visão de José, se for uma rotatória muito pequena, não vai funcionar, pois caminhões de muito grande porte circulam por ali o dia todo. Ele acredita que o alargamento da esquina (incluindo a destruição do barranco ao lado do seu imóvel) e manter o semáforo, porém funcionando em quatro tempos, seria a melhor solução.
Curva ruim para caminhões
Outro problema fica no final da Rua Antônio Augusto de Brito, onde fica a trincheira debaixo da BR-116, que dá acesso à Estrada do Ganchinho. A alça de acesso à Estrada é uma curva fechada, que fica na subida. ‘Só dar uma garoa que os caminhões patinam e não conseguem subir. Sem contar os caminhões grandes demais que quebram e empacam na curva. O trânsito para e ninguém vai pra frente ou para trás‘, lamenta José. “É só tirar aquele barranco dali na curva e fazer a rua reta”, analisa.
Nem mesmo o vendedor de frutas Roberson de Souza, 30 anos, que trabalha na esquina, gosta do trânsito parado. ‘Vou oferecendo para os carros na fila. Mas se está parado, não posso oferecer para os mesmos motoristas. É melhor quando a fila anda e renovam os clientes‘, explica.
Rotatória aguarda aprovação
A Setran informa que existe um projeto para uma rotatória no local, que fará parte das medidas mitigadoras de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) a ser assinado com o Condor, que vai instalar um centro de distribuição na região. Esse projeto ainda precisa ser aprovado pela concessionária Autopista Litoral Sul e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pois a área é de domínio deles. A Setran ressalta ainda que o semáforo no cruzamento contribui para melhorar a segurança do trânsito na região, enquanto não se viabiliza a rotatória.