Na bronca depois de ter sua antiga Kombi multada, o vendedor de caldo de cana José Pedro Sobrinho, 73 anos, além de perder seu tradicional ponto de venda no Fazendinha, passou a depender exclusivamente da aposentadoria pra sobreviver. Após 20 anos trabalhando no local, o aposentado terá de procurar regularizar sua situação em um novo lugar.
Com a venda da tradicional garapa, José conseguiu comprar a casa própria e criar seus nove filhos. Com a licença vencida desde 2010, o aposentado recebeu uma multa de R$ 127 por estacionar em lugar proibido enquanto trabalhava na esquina da Rua João Bettega com a Rua Fernando de Souza Costa, um dos pontos em que monta sua barraca. “Achei um absurdo, pois estaciono minha Kombi na grama, longe da pista de corrida e fora das calçadas. Não faz sentido algum essa multa, depois de tantos anos”, argumenta.
Além do bairro Pinheirinho, José vende garapa no Parque São Lourenço, mas a distância tem sido um problema. “Para mim, dirigir até o São Lourenço são 18 quilômetros, e o risco é mais alto, pois o tempo vira muito rápido em Curitiba e isso pode espantar as pessoas do parque. Mas aqui na João Bettega, estou apenas a três quadras de casa, e qualquer copo que venda já é um bom negócio”, explica.
Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo, devido à questão de higiene, a tradicional Kombi não é mais aceita pela Comissão do Comércio Ambulante pra venda de gêneros alimentícios. A secretaria ainda informa que estes comerciantes devem regularizar sua situação e informar o local pra que a secretária avalie a viabilidade do ponto.
Como abrir um comércio ambulante
Pra abrir ou regularizar um comércio ambulante, existem alguns passos básicos a serem seguidos. O primeiro deles é entrar em contato com a Secretaria Municipal de Urbanismo, localizada na Rua da Cidadania na Praça Rui Barbosa. Não há custo algum pra regularização, já que é considerado apenas como um trabalho autônomo. Basta o vendedor informar o nome da rua e o número predial, pra secretaria avaliar as condições do local. Um dos pré-requisitos é que deve haver área pra estacionamento de veículos e os vendedores devem possuir uma carretilha.
É preciso também que o vendedor busque o proprietário do terreno à frente de seu ponto pra entrar em acordo e apresentar uma carta de ciência sobre o futuro comércio. Após esta etapa, ocorre a entrega de documentos pra análise da Comissão do Comércio Ambulante e uma vistoria final pra aprovação do ponto. Depois, finalmente é emitido um crachá com as informações do comércio.
Serviço:
Secretaria de Urbanismo
Praça Rui Barbosa, 101 – Centro
Telefone: (41) 3313-5578