O brasileiro é conhecido pela sua natural capacidade de se ajustar as dificuldades, dando um “jeitinho” pra contornar os problemas e esquecendo muitas vezes de buscar uma solução real. É justamente assim que tem sido a rotina dos últimos seis anos na Escola Municipal Professor Adriano Gustavo Carlos Robine, no Fazendinha. Com salas improvisadas e vitima de constantes invasões, a escola, que oferece ensino em período integral, sobrevive aos contratempos mostrando que ainda assim é possível realizar um bom trabalho.
Isso porque a escola superou a expectativa do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), alcançando a nota 6.6 em 2013, prevista pelo órgão para ser atingida apenas em 2019. Mesmo com o bom desempenho, a escola passa por dificuldades que poderiam tornar essa avaliação ainda melhor. Vítima de invasões noturnas, pichações e vandalismo, no início deste mês de maio o colégio teve toda fiação roubada e os alunos passaram um dia inteiro sem aula.
“Levei o maior susto quando me ligaram pra avisar que não teria aula, pois meu filho utiliza transporte escolar E passa o dia inteiro na escola. Ficamos assustados, pois isso faz parecer que não há a mínima segurança na região”, desabafa a secretária Maria Helena. Apesar da fiação já ter sido reinstalada, a preocupação continua. Atualmente a escola atende cerca de 200 alunos divididos em oito turmas. Mas anos atrás esse número era muito maior.
“Tínhamos uma média de 500 alunos, antes da antiga sede ter sido condenada. Porém, havia a promessa de um novo prédio, e esta atual estrutura era pra ser temporária”, lembra uma funcionária, que preferiu não se identificar. Desde 2009, apesar da grande procura por turmas, o número de alunos foi reduzido. Pra evitar reduzir ainda mais a quantidade de turmas, a cozinha do prédio se transformou em sala de aula. Assim como a sala da diretora. Nem sala de professores existe mais e as reuniões pedagógicas são realizadas na biblioteca.
Situação crítica
Pra piorar a situação, na última semana o toldo que abrigava as crianças da chuva no horário de saída cedeu e desabou. “Este prédio possui quase 26 anos e é uma estrutura antiga. Não tivemos reformas significativas, mas tivemos sorte de que o toldo caiu fora do horário de aula, quando não havia ninguém por perto”, conta a funcionária. Pros pais, o que resta é a preocupação e o desejo de um espaço melhor. “Eles deveriam ter um lugar que fosse mais cuidado pra estudar, pois os professores são bons, mas é preciso ter condições pra ensinar”, afirma a mãe Elaine Rodrigues.
A Secretaria Municipal da Educação informou que existe um plano de obras e revitalizações emergenciais pra essa escola e outras que estão em situação mais grave. O projeto da prevê a reforma total do prédio atual, além da ampliação da unidade. Segundo o órgão, o projeto já está em fase de avaliação junto à Copel, Corpo de Bombeiros e Sanepar.