Usuários do transporte público de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), não estão nada satisfeitos com o serviço. Tanto para se deslocar para a capital quanto dentro do município, os relatos são de superlotação e longas esperas. A infraestrutura do terminal de ônibus da cidade, com plataformas que não comportam todos os passageiros e cobertura que não protege da chuva, também deixa a desejar.
A chapeira Maria do Carmo Amaro, de 34 anos, não tem pouco a reclamar. A linha urbana Estados I, no horário que ela toma para voltar para casa, passa de 40 em 40 minutos. “Tem uns seis meses que aumentaram o trajeto dele, e não colocaram mais horários. Agora o percurso é mais longo e a espera, também”, diz. Além das viagens espaçadas, o ônibus está sempre lotado.
Já quando precisa ir à capital, Maria do Carmo enfrenta o espaço apertado onde se espremem as filas de quem vai pegar o ligeirinho Fazenda Curitiba-Rio Grande. “Não cabe todo mundo e tem gente que fica para fora. Pra piorar, tem uma plataforma elevada que não tem serventia nenhuma, só ocupa espaço, não dá pra ninguém aguardar ali”, aponta. Logo trás da parada do ônibus, há uma espécie de palanque cercado por barras de ferro, um espaço aparentemente ocioso. A chapeira se queixa que muita gente se mudou para a cidade metropolitana, que se desenvolveu, mas não recebeu o investimento compatível.
A recepcionista Eliane Druczkowski, 40, conta que três filas se formam para embarcar no ligeirinho: uma para pegar o biarticulado, outra para pegar o “pequeno” e uma terceira para quem quer viajar sentado. “Não cabe toda essa gente. Às vezes o ônibus atrasa, os alimentadores vêm lotados de gente querendo ir pra Curitiba e fica um caos.” Segundo os passageiros, a porta número três do ligeirinho não abre, e quem está no fundo do veículo tem de se deslocar para sair pelas portas 1 e 2, criando mais tumulto e dificultando o desembarque.
Chovendo no molhado
Além da plataforma sem serventia, a estrutura do terminal apresenta outros problemas. A cobertura, de acordo com os usuários, foi malfeita, porque não protege da chuva. “Quando chove molha tudo aqui dentro, parece que molha mais dentro do que fora, e temos que pegar fila nos molhando. E não é por causa de goteira, é o teto que é pequeno, mesmo”, observa a auxiliar de serviços gerais Andréia Aparecida, 33.
A prefeitura de Fazenda Rio Grande atribui a responsabilidade de todos os problemas à Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). “Quanto à cobertura, o projeto já chegou pronto da Comec, assim como a plataforma elevada. Sobre isso, a prefeitura já se reuniu com a Comec e aguarda uma resposta. A linha de ônibus (Estados I) também teve alteração autorizada com a Comec, que tem o controle”, afirmou.
Já a Comec disse que quem responde sobre a infraestrutura do terminal é a prefeitura. Com relação à abertura da terceira porta do ligeirinho, o órgão informou que “os ônibus da linha têm o sistema de abrir as portas dos dois lados. Por medida de segurança, a terceira porta não abre em nenhuma estação-tubo, pois a maioria das plataformas é para abertura de duas portas. Caso a terceira porta fique desbloqueada, corre-se o risco de ocorrer um acidente com os passageiros que estiverem encostados nela”.
Nem Comec nem prefeitura informaram haver previsão de melhorias estruturais ou nos horários das linhas.