Zelando por Curitiba

Lixo descartado incorretamente, sujeira em frente às casas, placas irregulares e sinalização de trânsito inadequada. Estes e outros problemas encontrados pelas ruas de Curitiba podem ser ignorados por muita gente, mas não passam despercebidos ao olhar atento do zelador municipal, novo cargo criado pelo prefeito Rafael Greca, assumido pelo representante comercial Renato Kiche, 61 anos.

Atuando de forma independente nas redes sociais há mais de oito anos, neste período, Renato indicou, catalogou e denunciou centenas de irregularidades e situações que afetam o bem-estar e o dia a dia dos moradores da capital. Tanto, que suas postagens, feitas no grupo do Facebook “Troços e trecos toscos – urbanidades curitibanas” se destacaram, chamando a atenção de pessoas ligadas à política e a gestão pública, o proporcionou sua nomeação e a criação do novo posto dentro da administração municipal.

“Conheço o prefeito há muitos anos, ele era meu amigo no Facebook. Um dia, cerca de seis anos atrás, ele viu um problema que postei sobre umas lixeiras e me ligou. A partir desta conversa estreitamos nosso relacionamento. Após sua eleição, recebi um convite dele para assumir esta função de zelador. Ainda não sei o nome oficial do meu cargo e nem a remuneração que terei. Mas minha maior felicidade é agora poder resolver aquilo o que eu nunca consegui solucionar. Penso em todos, não é para mim”, conta o novo zelador.

Segundo ele, seu trabalho, que ainda não tem totalmente definida a maneira de agir, será feito em toda a cidade. “Faremos as ações por rua, bairro ou região, para maximizar os recursos e evitar desperdício de tempo e dinheiro. Normalmente o problema é pontual e envolve apenas uma secretaria, mas em alguns casos, teremos que trabalhar em conjunto com várias”, explica.

Ligue sempre pro 156!

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

No entanto, para quem encontra problemas pelo caminho, a orientação do zelador é seguir registrando as reclamações por meio do telefone 156. “O 156 é o contato da prefeitura, é onde devem ser feitas as queixas. Mas vou estar de olho. Estamos nos organizando e fazendo um planejamento, para que as coisas comecem a acontecer. E já tem muita coisa sendo feita, como a coleta de galhos e outros materiais que estavam parados nas ruas há meses. Mas não é em uma semana que as coisas são resolvidas” diz.

Limpeza e organização no DNA

Renato será o Zelador Municipal, novo cargo criado pelo prefeito Rafael Greca. Foto: Felipe Rosa
Renato será o Zelador Municipal, novo cargo criado pelo prefeito Rafael Greca. Foto: Felipe Rosa

Descendente de poloneses, Renato conta que sempre foi crítico em relação ao que acontece ao seu redor, comportamento que herdou do pai, que também o ensinou a ser pontual, organizado e cuidadoso especialmente com a limpeza da casa ou da mercearia da família, onde ele trabalhou durante sua juventude. “Peguei muitas coisas do meu pai, entre elas a pontualidade de polaco. Alguns me chamam de louco e chato, mas não ligo. Gosto de limpeza e arrumação. Se tiver uma xícara suja na pia, a casa não está limpa”, observa.

Apesar de estar com os olhos atentos aos problemas da capital, sua rotina não está voltada apenas ao lado negativo. “Não vejo só o feio, também vejo o que é bonito. E o que é belo eu aprecio” diz, lembrando que quer solucionar os problemas para destacar e realçar o que Curitiba tem de melhor. Discurso alinhado com o do prefeito Rafael Greca. E para os próximos quatro anos, ele promete trabalhar intensamente, o que inclui explicar para o cidadão que todos têm sua responsabilidade. “Se todo mundo cuidasse e fizesse sua parte, minha função não precisaria existir”, pondera o zelador.

FALA, POVO!

Ângela: Curitiba tá precisando de alguém que cuide da cidade
Ângela: Curitiba tá precisando de alguém que cuide da cidade

“Achei boa a ideia. Curitiba tá precisando de alguém que cuide da cidade, das pessoas e dos animais. Ele podia aproveitar e dar uma passada no Uberaba, na sujeira nas calçadas e nos postos de saúde, do Hauer e Centenário, onde o atendimento é ruim”.  Ângela Cristiane Glonek, 38, auxiliar de cozinha desempregada.

Anderson também gostou da ideia.
Anderson também gostou da ideia.

“Pode ser interessante. Eu acho bom, tem muitas coisas que eles não conseguem ver e ter uma pessoa para fazer isso pode ser bom pra população”. Rodrigo Luvizutti, 28, pipoqueiro.

“Não sabia deste novo cargo. Mas pode ser bom, ter essa pessoa olhando e apontando os problemas. Vou acompanhar”. Anderson Pereira, 33, técnico de segurança.

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