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Com os olhos brilhando, eles tiraram força de onde até mesmo as equipes médicas não sabiam ter, por um motivo: ver seus ídolos. Foi dessa forma que algumas crianças, internadas no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, receberam dois palhaços que são adorados há, pelo menos, 30 anos. A dupla Patati Patatá, que está na capital paranaense com o circo que representa a casa da dupla, marcou para sempre a vida destes pequenos em tratamento no hospital.

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A visita já era esperada, mas ninguém sabia ao certo o horário para manter a surpresa. Inacreditavelmente, até mesmo os adultos foram se surpreendendo quando viam as duas figuras famosas da TV percorrendo os corredores do maior hospital pediátrico do país. “É uma experiência incrível. A gente fala muito o seguinte: já que eles não podem ir até nós, nós vamos até eles. Aqui é um lugar feliz, não parece ser um hospital”, disse Patatá.

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De quarto em quarto, a dupla foi se emocionando ao ver como as crianças, algumas fragilizadas pelo tratamento, reagiam à visita. “Hospital é uma coisa séria, para cuidar da saúde e lutar pela vida, mas visitando os hospitais a gente aprende que as crianças sempre dizem que estão bem, independente do problema que enfrentam. Eles esquecem o que têm e isso, para a gente, nos torna maiores. Depois de 30 anos poder trazer essa alegria, é o mínimo que podemos fazer”, comentou Patati.

No setor de hemodiálise, a surpresa foi ainda maior, pois os dois palhaços puderam conversar com crianças que realmente precisavam de um apoio. Por lá, a psicóloga do serviço de voluntariado, Graziele Fonseca, presenciou de perto um exemplo claro do quanto uma visita dessas faz bem às crianças. “Uma criança estava deitada e queria sentar para receber a visita, mas não conseguia. A mãe tentou ajudar e ela sentia dores, não conseguia, mas disse ‘deixa que eu sento sozinha’, ou seja, ela moveu uma força interna para receber os personagens que tanto gosta. Isso é muito importante no processo”, explicou.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná
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Segundo Graziele, as visitas são importantes justamente por fazer com que as crianças se empolguem em melhorar. “A gente mobiliza forças internas, forças psicológicas da criança, que contribuem para o tratamento e para adesão da medicação, da visita dos médicos e aos processos do hospital”.

Da mesma forma avaliou André Aguiar Junior, de 13 anos, que estava no Pequeno Príncipe para visitar a irmã. “Uma atitude muito legal, porque as crianças que estão internadas, com problemas muito pesados, conseguem ter motivação para pensar, quando saírem daqui, que conheceram eles. Os palhaços incentivam as crianças a saírem do hospital”.

O menino, que interagiu com a dupla de palhaços e os agradeceu pela visita, disse que isso também fez bem a ele mesmo. “Minha infância foi escutando Patati Patatá e até hoje escuto por causa da minha irmã. A gente cresce, mas por dentro continuamos uma criança, muito feliz, animada e com muita motivação para tentar alegrar os outros”, comentou André.

Realização pessoal

Para os palhaços, que visitam rotineiramente hospitais das cidades por onde passam levando o Circo do Patati Patatá que fica em Curitiba até o dia 25 de agosto, estes momentos são de extrema importância pessoal. “É muito bom que o hospital faça parte da nossa história. Nós trouxemos nossa casa para a cidade, e nada mais justo do que visitar nossos amiguinhos”, disse Patati.

“A gente já se emociona normalmente, em qualquer show. Dá frio na barriga e todo dia é uma emoção nova, mas hoje pudemos vir e conhecer crianças incríveis, com histórias incríveis, brincamos na brinquedoteca. Ver que eles estão bem amparados também nos faz bem”, comentou Patatá.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Para a dupla, que está junto há muito tempo, uma visita ao hospital é sempre uma lição de vida. “Mais do que isso, é dar valor à vida, porque hoje em dia as pessoas reclamam muito. Essas crianças estão aqui e são felizes. Às vezes não fazem nem ideia do que elas têm, mas estão sorrindo. Não tem como a gente não se emocionar”, disse Patatá. “E outra coisa que nos faz crescer muito, é ver o amor que os profissionais da saúde aplicam sobre as crianças, porque se sentem parte da família”, completou Patati.

Quer ser voluntário?

O voluntariado, assim como fez a dupla Patati Patatá, é feito nos três períodos: pela manhã, à tarde e à noite. A psicóloga responsável pelo serviço de voluntariado explicou que qualquer pessoa, com idade acima de 18 anos, pode ser voluntário no Hospital Pequeno Príncipe. “Fazemos três processos de seleção ao ano. O próximo vai ser no final de agosto e divulgamos sempre no site do hospital”, explicou Graziele Fonseca, destacando que o requisito para se voluntariar é bem básico e até muito simples. “A pessoa só precisa vir ao hospital para brincar com as crianças”.

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