No início de 2014, Pâmella Karolyne Pilar Marques Cordeiro, de 23 anos, percebeu que sua visão estava ficando muito prejudicada e procurou um oftalmologista. Ela usava óculos para corrigir miopia (condição em que objetos distantes não são enxergados claramente) desde os 12 anos, mas sua vista começou a ficar muito embaçada e sensível à claridade. “Eu sentia dores de cabeça e achei que era o grau da miopia que tinha aumentado. Mas fui diagnosticada com ceratocone, uma doença que deforma a córnea e distorce as imagens”, diz.
Desde então, a enfermidade foi evoluindo e comprometeu 80% da visão do olho direito e 60% do olho esquerdo. Somente uma cirurgia que custa de R$ 4,5 mil a R$ 7 mil pode recuperar sua vista. “O SUS [Sistema Único de Saúde] não cobre o procedimento no Paraná. Eu teria que ser operada o quanto antes, porque o ceratocone vai avançando”, afirma ela, que nasceu e reside em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), junto com o filho Henzo, de 3 anos.
Histórico
Depois que foi diagnosticada, Pâmella usou óculos com lentes que melhoravam a distorção da imagem por um ano, o que não impediu que o problema se agravasse. No começo de 2015, uma oftalmologista a informou que somente lentes de contato rígidas poderiam fazê-la enxergar bem. “A visão ficava boa, mas as lentes incomodavam muito, o olho coçava. Eu conseguia ficar no máximo meia hora com elas.” No mês passado, de volta à médica, ela foi informada que apenas a cirurgia, chamada Anel de Ferrara, oferece a possibilidade de recuperar sua visão.
Consequências
Com o agravamento da doença, que faz com que a córnea tome o formato de um cone, Pâmella foi perdendo a capacidade de ler, usar o computador e realizar atividades que exigem atenção a detalhes. “Não posso cortar as unhas do meu filho, por exemplo, porque corro o risco de machucá-lo. Para lavar louça é um pouco difícil também, porque vou forçando a vista, dá dor de cabeça e começo a sentir ânsias”, conta. Ela teve de deixar seu emprego em agosto do ano passado, e como sempre trabalhou como recepcionista e atendente de telemarketing, atividades que envolvem o uso de computadores, não encontra uma atividade que consiga desempenhar.
Desempregada, contando apenas com a pensão do filho, ela está morando de favor em uma casa cedida pela igreja que frequenta, há quatro meses. No mês passado, assim que ficou sabendo da necessidade da cirurgia, começou a fazer alfajores para vender. “Amigos e parentes estão me ajudando. Faço os doces enquanto o Henzo está na creche, e uma amiga vende no trabalho, outra vende no shopping, levo para vender na igreja…” Os alfajores têm saído bem, mas, devido à baixa visão (20% no olho direito e 40% no olho esquerdo), ela não consegue aumentar muito a produção. “E ainda assim, são apenas R$ 0,70 de lucro por alfajor. É difícil pagar uma cirurgia só com isso”, aponta a tia Edilangela Pilar Machado, pastora da igreja que intermediou a cessão da casa em que Pâmella está morando.
Como colaborar
“As pessoas que quiserem ajudar podem comprar os alfajores ou oferecer um trabalho que eu consiga fazer, para ter uma renda fixa. E se algum especialista quiser me reavaliar, será muito bem-vindo”, diz Pâmella. Os doces podem ser encomendados através da página no Facebook ou pelo Whatsapp. A unidade custa R$ 3, e a caixa com 10 unidades, R$ 25.
Contatos:
Facebook: Lovers Cake
Pâmella: (41) 9700-1299
Edilangela (tia): (41) 9600-0457
Elisangela (tia): (41) 9944-9974