Uma nova tragédia. Foi assim que Eliana Aparecida Corrêa Freitas, mãe do jogador Daniel, definiu a sensação de encontrar pela primeira vez o assassino confesso de seu filho, Edison Brittes Jr. Com o início da audiência de instrução que vai decidir o futuro dos réus do caso que chocou o Brasil, Eliana diz ter revivido as tristes emoções que lhe tiraram o chão no dia 27 de outubro de 2018.
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Naquele dia, após a agonia de buscar pelo filho à distância, contando apenas com a ajuda de terceiros, ela recebeu por telefone a notícia de que Daniel havia sido encontrado morto. As mesmas pessoas que diziam buscar pelo jogador foram acusadas dias depois de serem as mentoras e executoras do brutal assassinato.
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Para Eliana, o encontro foi como reviver a tragédia. “Ter que ficar de frente com esses monstros não é fácil, mas pela honra do meu filho, eu vou ser forte”, desabafa a mãe. Eliana chegou ao Fórum de São José dos Pinhais, Região metropolitana de Curitiba, por volta das 16h20 acompanhada por alguns familiares. Bastante emocionada, ela vestia uma camiseta com o rosto do jogador Daniel e decidiu participar das audiências porque era seu papel de mãe, mesmo não sendo obrigada. “Eu vim porque sempre acompanhei meu filho em tudo. E, agora que fizeram isso com ele, não vou abandoná-lo”, disse em entrevista coletiva nos corredores do Fórum.
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Sobre o que espera do julgamento, em entrevista ao site UOL, ela disse que espera que a Justiça dos homens cumpra seu papel. “Eu peço a Deus que ilumine as pessoas que vão julgar. Para que cada um pague tudo aquilo que fizeram meu filho passar e vão me fazer passar pelo resto da vida, porque eles me tiraram tudo que eu tinha. Que eles paguem com o maior rigor da lei. Eu acredito e peço muito a Deus muita luz para todos que vão julgar as pessoas que estão envolvidas nesse crime de alguma forma”, disse.
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Além de Eliana, compareceram à audiência Iolanda Corrêa de Assis, tia de Daniel, o primo Eduardo Flamel, e a ex-mulher dele, Bruna Larissa Ferreira Martins (o jogador tinha uma filha, que completou 2 anos no mês passado). “Vou tentar olhar para a cara deles. Diria que tenho penas deles, que eles não têm vida mais. Chegaram acorrentados lá para depor, isso é vida? Pessoas que viviam na balada, nas redes sociais… agora as redes sociais vão mostrar eles acorrentados”, disse Eliana.
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A previsão é de que o julgamento vá pelo menos até amanhã, mas devido ao grande número de testemunhas arroladas pela defesa de Edison Brittes Jr, este prazo pode ser estendido.
Nos dias em que Daniel estava oficialmente sumido, Eliana ligou para Alana, filha de Edison, e pediu ajuda. Ela e a família ofereceram ajuda para encontra-lo, mas agora dizem que as famílias mal se conheciam. Eliana diz que o jogador era próximo da família e que ela chegou a frequentar o apartamento de Daniel algumas vezes em Curitiba. “Eles falaram que não conheciam o meu filho, mas ele foi no aniversário dela de 17 anos. O pai primeiro falou para a gente que o Daniel era um querido, mas depois disse que não o conhecia. É uma mentira atrás da outra. Eles acusam para se defender”, disse.
Eliana não esta morando mais na casa em que morava quando Daniel morreu. Desde o crime, ela vive com uma irmã em São Paulo e só vai até sua antiga casa eventualmente. O time do São Paulo deu suporte jurídico à família e pagou o seguro de vida, bem como os salários do jogador até o final da vigência do contrato de trabalho (que terminava em dezembro).