Tour leva o povo pra conhecer lendas urbanas de Curitiba

Imagina passar de noite ao lado do Belvedere, edifício histórico no bairro São Francisco, e descobrir que no local sempre aparece na janela a Esther, a “noiva macabra”. Ou então, passar pelo edifício Tijucas, na Boca Maldita, e ver uma jovem de vestido vermelho andando pelo prédio e descobrir que ela morreu há décadas. Todas essas “emoções”, mescladas com fatos históricos verídicos destes locais, são reunidas no tour noturno “Lendas Curitibanas”, realizado pelo guia turístico Mauro Schirmer.

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“Eu achei o tour muito interessante. Eu nasci em Curitiba, mas não conhecia nem metade destas histórias e lendas”, conta a bacharel em Direito Mariana Kataoka, 22 anos, que foi ao tour com o namorado. Mauro é apaixonado pelas histórias e lendas de Curitiba. Quando viu o livro Lendas Curitibanas pediu licença à autora para usar alguns dos “causos” do livro em um tour noturno.

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Mauro pesquisou ainda outras lendas e as mesclou com a história verdadeira da cidade. A Tribuna foi fazer esse passeio, pra te contar alguns detalhes dessa aventura.

Pé na estrada

O passeio, que acontece todas as sextas à noite, às 19h30, começa ali no Belvedere. Antes de falar do edifício, o guia explica porque moradores da cidade eram enforcados e pendurados nas centenárias árvores da praça ao redor do edifício. Até que passa a contar da noiva macabra do Belvedere.

É hora de caminhar ladeira abaixo. O grupo para nas ruínas do São Francisco, onde Mauro conta a história verdadeira delas e complementa com a lenda do pirata inglês Zulmiro, que viveu em Curitiba em décadas passadas e teria escondido um valioso tesouro por aqui, que nunca foi encontrado. Até alguns anos atrás , a história do pirata era considerada uma lenda. Mas com o achado de documentos de Zulmiro, ela está se configurando como uma história real.

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Ainda atônitos por saber que Curitiba já teve um pirata, os turistas vão descendo até o Palácio Garibaldi, onde descobrem que o prédio foi construído para acolher os imigrantes italianos e que debaixo dele há túneis, que supostamente ligam ao Clube Concórdia, algumas quadras para baixo.

E assim vai andando o grupo, pelo Largo da Ordem, descobrindo histórias e as lendas do cavalo babão (acredite, você ficará rico se o ver numa noite de lua cheia), a verídica história da Guerra do Pente (sim, tivemos uma guerra por causa de um pente em Curitiba) e do relógio do sol. Aliás, falando em relógio, você já reparou que o relógio da Catedral (assim como o do shopping Estação e o da Boca Maldita) tem uma coisa “errada” em comum?

“A gente passa todos os dias pelo Centro, pelas ruas. Na correria, não tem tempo para ter atenção. E nesse passeio dá para ver detalhes. O das argolas, que era feito para os funcionários antigos limparem os prédios. A porta com detalhes de pinhões. Eu sou de Santa Catarina, mas gosto muito de Curitiba. Caminhar com mais calma observando melhor os pontos turísticos da cidade é espetacular”, disse o mercadólogo Matheus Borba, 24 anos, que quer trazer a mãe, professora de história.

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Pinhões ou ….?

Um passeio te leva a viver cada uma dessas lendas exatamente nos lugares onde elas supostamente aconteceram. O tour Lendas Curitibanas acontece desde 2017 às sextas-feiras no centro de Curitiba.
Um passeio te leva a viver cada uma dessas lendas exatamente nos lugares onde elas supostamente aconteceram. Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Outra curiosidade que o tour “revela”, na Praça Tiradentes, é sobre a origem do nome Curitiba. A maioria de nós tem a resposta na ponta da língua: Core = muito / tyba = pinhão. Mas sabia que a estátua do índio Tindiquera, que fica em frente à catedral, revela outro significado? E que “Curitiba” não seria exatamente “terra de muitos pinhões”?

E assim os turistas vão se deliciando com as lendas, da negra com a lata na cabeça, da lapeana que amava passear pelo Paço da Liberdade (e de vez em quando dá tchau lá das janelas), do mendigo fantasma da Praça Santos Andrade, da ruiva da reitoria da UFPR, entre muitas outras. O grupo cruza a Rua XV e a Praça Zacarias, até terminar na Praça Osório.

Curitibanos ou turistas?

“O tour é para todos os públicos. É claro que o curitibano curte mais por já conhecer a cidade. Mas quem vem de fora acaba vivendo a cidade igual a um bom curitibano, andando à noite e vendo Curitiba com outros olhos. É o que chamamos de turismo de experiência”, diz Mauro, que ainda conta que sua lenda preferida, que ele mais gosta de contar e que também gera mais perguntas dos turistas é a do pirata Zulmiro e a do mendigo macabro. São quase três horas de caminhada, que parecem bem menos, de tão divertido.

Quer ir no tour?

Sextas à noite (dependendo do clima), a partir das 19h30
R$ 15 por pessoa (ou R$ 20 o casal)
Inscrições para cada grupo encerram às quartas-feiras
Contato da Sunrise Ecotravel: www.sunriseecotravel.com
Facebook: @SunriseEcotravel
Twiter: /sunrise_ecotur
Instagram: @sunriseecotravel
Telefone (Mauro): (41) 99922-1284

https://www.tribunapr.com.br/cacadores-de-noticias/curitiba/conheca-lenda-do-baile-do-pato-tradicional-festa-de-piraquara-que-esta-pra-acabar/

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