População teme que viaduto desabe em Curitiba; prefeitura diz que é seguro

Viaduto da Avenida Mauricio Fruet está em más condições de conservação e população teme que ele possa cair. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Depois que as paredes de um viaduto desabaram na madrugada da última sexta-feira (20), na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a Tribuna recebeu a denúncia de que outro viaduto corria o mesmo risco. Ele fica no Cajuru, na ligação da Avenida Prefeito Maurício Fruet com a Rua Toufic Raad, a cerca de 500 metros da Rua da Cidadania do bairro.

Uma enorme rachadura em uma das colunas principais preocupa a vizinhança há mais de um ano, além de outras rachaduras menores que correm pelas paredes interna e externa. O movimento de veículos é intenso por aquelas ruas, de pedestres também. Sobre o viaduto passam trens e biarticulados do transporte coletivo.

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A reportagem foi até o local na tarde de sexta-feira. Moradores do Cajuru disseram que entraram em contato com a prefeitura para fazer o alerta há mais de um ano. Em um dos chamados abertos via 156, no início de 2018, o engenheiro eletricista Roberto dos Santos Gibrim, 41 anos, conta que a resposta veio por e-mail. “A resposta virtual dizia que uma empresa seria direcionada para lá, para fazer uma vistoria. Depois disso, ninguém entrou em contato para informar se foi avaliado ou se estava tudo bem”, reclamou.

Rachaduras por todos os lados deixam moradores em pânico, com medo de um desastre. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Quando viu as imagens do viaduto na CIC, Gibrim chegou a achar que fosse o desmoronamento do viaduto do Cajuru. “Pensei que era aqui. Passamos ali todos os dias. Minha esposa passa até mais vezes do que eu. Fiquei muito preocupado. Também pensei nos pedestres. O viaduto da CIC é meio parecido com esse, por isso me enganei”, contou.

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Segundo os vizinhos, há 10 anos um carro bateu na quina da coluna e houve uma morte. Depois disso, o viaduto foi reformado e as trincas começaram a abrir devagar. Outros acidentes semelhantes seriam comuns por ali, mas menos graves. “Os motoristas se chocam na quina do viaduto. Tenho a impressão que isso ajuda a prejudicar a estrutura. Mas também tem o trem que faz manobras aí em cima, para ir até a oficina que fica um pouco mais pra frente, e os biarticulados circulando. De alguma forma, isso deve rachar as paredes. É um perigo”, explica o motorista de aplicativo Ariovaldo Silveira, 38 anos, que mora na Toufic Raad desde que nasceu.

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O pai dele, o aposentado Aristeu Silveira, 70 anos, diz que já reclamou com a prefeitura. “Parece não adiantar. Tem que olhar isso aí, ver como está a estrutura e fazer um reforço nas paredes para não racharem com o trem e o ônibus”, aponta o aposentado.

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Mais fiscalização

Atendendo ao pedido dos leitores, a Tribuna procurou a Prefeitura de Curitiba para saber os cuidados que o poder público estavam dispensando para o problema no Cajuru e também o do CIC.

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Questionada sobre as condições do viaduto e sobre as reclamações dos moradores do Cajuru, a Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) informou que engenheiros foram até o local na manhã desta terça-feira (24), e foi constatado que tratam-se apenas de danos na parede de vedação do viaduto. “Não há risco para a estrutura do viaduto. Os reparos serão programados”, esclareceu a prefeitura em nota.

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