Sangue salvador

Foto: Arquivo pessoal
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Manuella Rocha Sampaio, 3 anos, é uma menina alegre. Sempre correndo, brincando, inundando a casa de felicidade. Mas literalmente da noite para o dia, há quatro meses atrás, ela acordou extremamente assustada, numa cama de hospital, após descobrir que tem leucemia (câncer no sangue). Ela fez uma parte do tratamento, mas o que vai curá-la mesmo é o transplante de medula óssea. E o ideal é que a cirurgia seja feita o mais urgente possível, enquanto ela ainda está sob os efeitos da última quimioterapia que fez. O grande problema é achar um doador. Para isso, a família pede que as pessoas procurem bancos de sangue e façam o cadastro, pois o anjo da guarda que vai salvar a vida da Manu pode estar aqui mesmo, perto dela.

Foto: Arquivo pessoal
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Priscila Rocha Miranda, mãe de Manu, diz que a doença foi descoberta por causa de manchas roxas que começaram a surgir no corpo da menina. A mãe a levou a uma unidade de atendimento 24 horas, onde fez um hemograma completo. Horas depois, quando saiu o resultado, Priscila foi encaminhada com urgência ao Hospital de Clínicas, já com a suspeita de leucemia. Manu estava com vários índices sanguíneos tão baixos, que precisou receber duas bolsas de sangue. Assim que se recuperou da transfusão de sangue, fez o exame de medula, que confirmou a doença. Mas é um tipo mais raro de leucemia, a LMA, em que se constatam 15% de blastos (células imaturas). O tipo mais comum de leucemia acusa 20% de blastos.

Na luta

Há quatro semanas, Manu concluiu a última sessão de quimioterapia. Teve que voltar ao hospital, pois como sua imunidade está muito baixa, ela teve alguns problemas de saúde. “Sabemos que a quimioterapia é muito agressiva a uma criança e pode gerar outros problemas de saúde nos pequenos. E o transplante de medula só pode ser feito quando os blastos estão zerados no sangue. Se esperarmos mais três, quatro meses, o sangue volta a produzir os blastos e ela terá que fazer mais uma nova bateria de quimioterapia. Então, o ideal seria fazer o transplante de medula urgente, enquanto ela ainda está com os blastos zerados no sangue, por causa da quimioterapia que fez”, explica a mãe.

Desistência ou recusa

Qualquer pessoa pode procurar o banco de sangue mais próximo de sua casa e fazer um cadastro. É um procedimento que não dura nem 10 minutos. Conforme Priscila, a pessoa preenche uma ficha e depois tira apenas 5 ml de sangue. Assim, a pessoa já vai entrar num cadastro de doadores, interligado com vários outros bancos de sangue.

O sangue passa por análise e as características dele são inseridas no banco de dados nacional. Assim que estas características batem com as de alguma pessoa que precisa de transplante, o banco de sangue entra em contato com o doador e o convida para se tornar o “anjo da guarda” daquele paciente. Para a doação de medula óssea, a pessoa tem que ter o HLA (“DNA do sangue”) 100% compatível com o do paciente.

Foto: Arquivo pessoal
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Dificuldade

Só que Priscila mostra que a busca pela cura não é tão fácil, pois muitas vezes o banco de sangue encontra um doador compatível, porém a pessoa desiste ou recusa a doação. Isto porque ela precisará se submeter a um procedimento cirúrgico, no qual uma bolsa de sangue é retirada de sua bacia. Depois, o doador precisa ficar uns dois ou três dias internado no hospital, em observação, e ainda precisa ficar mais 15 dias em repouso, longe das atividades rotineiras. Mas, fora o inconveniente de ficar “de molho”, a cirurgia não acarreta nenhum outro problema a esta pessoa. O sangue retirado se refaz rapidamente no corpo. “Muitas pessoas desistem por causa disso. Não entendem que, por mais que lhe seja inconveniente, ela salvará uma vida. Tem que aflorar muito o lado bom da pessoa para ela entender isto”, apela a mãe.

Foto: Arquivo pessoal
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Como ajudar?

Os interessados em salvar vidas podem procurar qualquer banco de sangue e informar o interesse em ser doador de medula. Não precisa nem dizer que a doação é para a Manu, pois assim que a pessoa preenche a ficha, ela já estará fazendo parte de um cadastro nacional e poderá salvar muitas vidas diferentes.

Veja os principais bancos de sangue de Curitiba:

Instituto de Hametologia e Hemoterapia de Curitiba
Praça Rui Barbosa, 694 – Centro
(entrada pela recepção do Hospital Santa Casa)
Fone: 3322-2387

Biobanco
Rua General Carneiro, 181 – Alto da Glória
(Hospital de Clínicas)
Fone: 3360-1800

Hemobanco
Rua Capitão Souza Franco, 290 – Bigorrilho
Fone: 3023-5545

Banco de sangue do Hospital Erasto Gaertner
Rua Dr. Ovande do Amaral, 201 – Jardim das Américas
Fone: 3361-5000

Hemepar
Travessa João Prosdócimo, 145 – Alto da XV
Fone: 3281-4000

Banco de Sangue do Hospital do Trabalhaor
Avenida República Argentina, 4406 – Portão
Fone: 3212-5700

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