De um lado é tanto remendo que parece mais uma toalha velha. E do outro, o chão é de terra e com sol faz poeira, já quando chove tudo vira lama”. Assim a dona de casa Mônica Hoffmann descreve a situação da Rua Professor José Nogueira dos Santos. Além dos moradores, a região também é muito utilizada por caminhões e máquinas pesadas, que partem das empresas em direção à Rodovia Régis Bittencourt (BR-116). Mesmo assim, continua a ser uma das únicas do Hauer a não receber asfalto.
Quando chove, o trecho de acesso à rodovia vira uma cachoeira. “Anos atrás era ainda pior. A água desviava pra Rua Coronel Antônio Ricardo dos Santos e cobria tudo de barro. A prefeitura realizou uma obra pra modificar o escoamento da água e melhorou. Mas quando perguntamos se haverá asfalto na rua, eles sempre respondem que está sendo avaliado”, conta Mônica.
Na outra ponta da rua, a situação é diferente. Mas não necessariamente melhor. “Essa rua leva em direção ao Boqueirão. Não apenas ela, mas muitas na região estão uma vergonha. Os carros ficam andando em ziguezague pra desviar dos buracos e remendos malfeitos”, afirma.
Rua de cimento
Uma quadra acima do acesso à rodovia, o motorista se segura enquanto sente os solavancos da via, completamente desnivelada por conta do cimento que cobriu todo o chão. “Durante anos, os caminhões da Engemix, ao serem lavados, deixavam escorrer cimento. Com o passar do tempo criou camadas, que fazem a rua ter várias ondulações muito desproporcionais”, relata Mônica.
Sem previsão
De acordo com a prefeitura, a Rua Professor José Nogueira dos Santos não consta na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2015, portanto não deve receber nova pavimentação este ano, mas o trecho foi sugerido pra inclusão no orçamento de 2016. Quanto ao despejo irregular de cimento, a Secretaria do Meio Ambiente informou que não há meios de responsabilização, por ter ocorrido há muito tempo.
Barro é melhor?
Apesar de estranho, há morador que prefira tudo do jeito que está. Isso por conta do aumento dos acidentes a partir da melhoria nas condições de algumas vias do bairro. Segundo a dona de casa Ivana Cordeiro, depois que pavimentaram a Rua Frei Henrique de Coimbra, uma das que cortam a rua de saibro, as batidas e freadas bruscas se tornaram frequentes. “Cresci aqui no Hauer e antes quase todas as ruas eram de saibro. As coisas mudaram, o bairro cresceu, mas com ruas asfaltadas as pessoas passam a correr mais. Não são todas, mas sempre há um que não respeita. E quem não respeita, não respeita nada, nem sinaleiro, nem lombada. Então até o povo ter educação é melhor deixar tudo do jeito que está”, defende Ivana.