Uma plantação de hortaliças foi a solução encontrada pelo jardineiro José Flávio Jagenka, 59 anos, para combater o descarte irregular do lixo. O espaço escolhido fica em frente ao número 600 da Rua Luiz Cardoso, às margens do Rio Barigui, onde era despejado todo tipo de material.
A situação mudou há 15 anos, quando Flávio começou a plantar os primeiros pés de alface e de cebolinha, para consumo da família. Hoje, a produção aumentou, junto com a procura da vizinhança pelas hortaliças orgânicas. “Prefiro a horta do que o lixo. Se colocassem um carrinho de entulho aqui, no outro dia já tinha um caminhão de lixo”, lembra.
Ele vende alface, salsinha, cebolinha, couve, almeirão, pepino e outras hortaliças a preço baixo. “O diferencial é o sabor. Elas são orgânicas, é mais saúde pra quem vai comer”, garante ele, que destaca o aspecto das folhas, que chegam a crescer mais que o comum.
Mão boa
A intimidade de Flávio com as plantas vem de longa data. Natural de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, ele começou na roça da família aos seis anos. Em Curitiba desde 1977, ele também lida com a terra no trabalho, como jardineiro.
“O segredo é cuidar das plantas todos os dias, usar adubo orgânico e molhar quando necessário. Também tem que ter amor pelas plantas. Se não conversar com elas todos os dias, elas não se desenvolvem. Elas são como crianças”, explica. Ele diz ainda que a escolha da lua no período de plantio também influencia. O ideal é durante as luas cheia e crescente.