Quem passa pela Rua Coronel Ottoni Maciel, no bairro Vila Izabel, dificilmente não nota um objeto fora do cenário da região, composto por casas e condomínio de alto padrão. No local, está localizada a carcaça de um carro queimado, que, segundo os moradores, foi incendiado há pouco mais de um mês. A sucata é de um veículo Ford Fiesta. Com o fogo, todo o acabamento interno do carro foi destruído. Os pneus derreteram com o calor e mancharam o asfalto. Dentro, há um cone velho, uma porta de um armário e todo o tipo de lixo.

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De acordo com o Francisco Carlos Peres, morador da região, o carro foi estacionado ali há cinco meses. “Antes de pegar fogo, era uma carro Ford Fiesta modelo antigo, sem placas, que estava abandonado. Vários pedidos foram feitos ao 156 para que o carro, e depois sucata, fossem retirados, mas a resposta era que o carro estava regularmente estacionado e por isso a secretaria de trânsito nada podia fazer. Depois, em relação à sucata, não houve resposta”, diz.

Perto dali, ainda na Vila Izabel, um veículo Del Rey está parado na Rua Pedro Collare há cerca de três meses. O carro está com a lataria sem danos e fechado, mas sem pneus. A estrutura está suspensa e equilibrada por três rodas. Uma moradora, que preferiu não se identificar, afirma que a situação incomoda a vizinhança. “É estranho demais, porque ninguém mexe no carro. Por mais que não atrapalhe, sempre pensamos que pode ser um carro roubado ou qualquer coisa errada”, afirma.

A mesma situação também ocorre na Rua Raphael Papa, no Jardim Social, onde um veículo gol está abandonado na calçada há cerca de três anos. No capô do carro, foi colocada uma placa com a frase: “Não mexa. Prova de crime”. O jardineiro Jovenílson Ribeiro, que trabalha nas redondezas, conta que carcaça se tornou ponto de uso de drogas com o passar do tempo. “De manhã cedo sempre tem gente fumando maconha perto do carro”, ressalta.
Tá na lei

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A Lei Municipal 13.805, de 12/09/2011, prevê que, após denúncia, o poder municipal é obrigado remover o veículo que “estiver em visível mau estado de conservação, com a carroceria apresentando evidentes sinais de colisão ou ferrugem, ou for objeto de vandalismo ou depreciação voluntária”.

No entanto, segundo Peres, que luta pra tirar a carcaça do Fiesta na Rua Coronel Ottoni Maciel, a lei demora pra ser colocada em prática.

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“A prefeitura não está cumprindo a lei. Foi reclamado, mas isso foi há três semanas. A sucata está lá, acumulando água da chuva quando chove e se tornando foco potencial de dengue. E ninguém faz nada”, desabafa.

Prefeitura não tem espaço

Em nota, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) firma que não tem pátio próprio, tendo um contrato com uma empresa terceirizada para casos de recolhimento. A empresa atende apenas casos referentes ao Código Brasileiro de Trânsito (CBT).

Segundo a Setran, quando há uma solicitação ou denúncia de veículo abandonado (que deve ser feita pelo serviço 156), a Setran encaminha ao local um agente de trânsito para uma vistoria.

A Setran afirma que se o veículo está estacionado em desacordo com a sinalização ­ ou seja, caso no qual há previsão da medida administrativa de remoção ­, ele é removido em conformidade com o CBT. Se o veículo está estacionado regularmente e as placas do veículo são de Curitiba, a secretaria diz que procura localizar o proprietário para que este retire o veículo da via.

Se o emplacamento for de fora do município, se o veículo não possui caracteres de identificação (placas e chassis) ou quando é uma carcaça ­ veículo depenado, que não possui caracteres de identificação, e carece de perícia policial, face desconhecimento de sua procedência ­ não há nenhuma ação por parte da Setran.

A nota afirma ainda que está ajustando com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente procedimentos para os casos de veículos abandonados em que não há ação prevista da Setran.

Comente aqui.

– Existe algum carro abandonado perto de sua casa ou trabalho?

– Você já fez algum pedido de remoção à prefeitura? Foi atendido?

– O que deve ser feito com os veículos abandonados?