Buraqueira sem fim

A condição precária da Rua José Real Prado, uma das principais vias de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, é uma insatisfação antiga dos moradores, como a Tribuna já mostrou em duas ocasiões. A rua sai do centro e vai até a Rodovia da Uva, em Colombo. É pavimentada até o bairro São Francisco, mas a partir do ponto final da linha Vila Prado, o chão é de terra. A população sofre com os buracos, tanto na parte com antipó quanto na parte sem a cobertura.

Como grande parte da rua é de terra, problemas se repetem com frequência. Foto: Antônio More
Como grande parte da rua é de terra, problemas se repetem com frequência. Foto: Antônio More

O comerciante Ademilson Xavier dos Santos, 41 anos, relata que um ônibus da linha Vila Prado caiu em um dos buracos, tombou e derrubou um poste de energia elétrica, perto do cemitério, deixando os moradores sem luz, há cerca de um mês. Em novembro, ao passar pelos buracos da via, Ademilson estourou a suspensão de seu caminhão. Houve vazamento de óleo e foi necessário trocar todo o motor, o que lhe custou R$ 13 mil.

“Já saiu a verba para asfaltarem esse trecho de chão de terra mais de 15 vezes, não sei o que fazem com o dinheiro. Todo político bota a culpa na administração anterior. Passaram antipó em um pedaço da rua tem um mês, mas não foi a prefeitura, foi a construtora de um condomínio de casas”, conta.

Outro comerciante que já levou prejuízo com a buraqueira é Antoninho Trevisol, 45, que entrega pães nos estabelecimentos comerciais da região. “Hoje mesmo estourei um pneu da minha Kombi, esse tipo de coisa é comum. Fora o dano no amortecedor. A despesa com manutenção é muito alta”, afirma.

Promessa de revitalização

Da última vez que a Tribuna esteve no local, em fevereiro de 2013, a prefeitura prometeu fazer um estudo de viabilidade da pavimentação do trecho. Agora, a administração municipal informou que elaborou um projeto de “recape” integral da rua, mas alega não dispor de recursos próprios para atender toda a demanda reprimida de ruas sem asfalto, por isso encaminhou a proposta ao Ministério das Cidades e à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano.

“Como as condições econômicas do Brasil e Estado não são das melhores, não temos uma previsão (de prazo para execução), temos que esperar. Sabemos da importância da via, que é a principal do bairro, linha de ônibus e acesso a prédios públicos. Ações paliativas, como tapa-buracos, são realizadas periodicamente, mas as chuvas intensas dos últimos meses danificaram o pavimento. Além disso, obras de drenagem (colocação de manilhas) foram feitas próxima à Escola Municipal”, citou, em nota.

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Luisa Nucada

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