O quartel do Corpo de Bombeiros da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), localizado na Rua Arthur Martins Franco, 180, está abandonado desde que uma reforma no local, iniciada há três anos, foi interrompida há um ano e meio. No terreno, há uma piscina de 18×30 metros – que acumula uma água verde mal cheirosa, mato alto, sobras de material de construção e lixo espalhado, com embalagens plásticas e recipientes que podem armazenar água da chuva e virar foco de dengue.
A situação preocupa quem trabalha e reside na região. “Tem muita criança por perto por causa da creche (o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Hugo Peretti). Em dia de calor essa água fede muito e tem restaurante aqui em frente. Marginais vêm aqui usar drogas e sai tudo quanto é bicho desse mato: ratazana, barata, escorpião. Mas o que mais incomoda é o risco da dengue”, diz o vendedor Moacir dos Santos, 39 anos, que trabalha perto do quartel.
Como o lugar tem grandes dimensões e fica aberto, dá acesso a qualquer pessoa. “Passam muitas meninas de 15, 16 anos aqui na frente, imagina se um mal intencionado puxa alguma para dentro? Ninguém nem ouve nada”, alerta. Alguns moradores descartam entulho no local, que vira abrigo para moradores de rua à noite.
Obra parada
Dono de uma borracharia em frente ao quartel, Luiz da Silva conta que agentes de combate à dengue da prefeitura passam em seu estabelecimento toda semana para verificar se ele está cuidando bem dos pneus. “O governo vem aqui vigiar o meu, mas por que não faz sua parte? Quando já estiver todo mundo infectado, não adianta mais”.
Outro comerciante, que não quis se identificar, relata que quatro empreiteiras passaram pela obra. “Bandidos roubaram todo o material de construção. Serraram as ferragens do vigamento para vender. Quando as obras forem retomadas, vão ter que derrubar o que está feito e construir tudo de novo. É nosso dinheiro jogado fora”, protesta.
Providências
O Corpo de Bombeiros realizou uma inspeção no local na última terça-feira (19) e prometeu intensificar a fiscalização e limpar o local. Explicou que a reforma e ampliação do quartel tem por objetivo melhor atender a sociedade. “Entretanto as obras encontram-se provisoriamente suspensas, devendo ser retomadas em um curto período de tempo”, informou, sem citar prazos.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) explicou que não pode entrar no local para fazer roçada ou limpeza, por se tratar de uma propriedade privada, de responsabilidade do Estado. Já a Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) prometeu realizar uma vistoria no terreno e, se necessário, irá notificar o responsável. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que encaminhou um ofício à Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), chamando a atenção sobre o perigo da dengue no local e a Sesa, por sua vez, alegou que é o Corpo de Bombeiros que deve cuidar do caso.
