Se preparando para fechar as portas. A Associação de Moradores das Moradias Zimbros (Asmozi), na CIC, tem uma bela sede, com sala de computação, horta, quadra de vôlei e futebol de areia. As crianças adoram os jogos de tênis de mesa e pebolim e sentem saudades de quando tinham aulas de música. O fim dessa e outras atividades culturais foram os primeiros sinais de tempos complicados, que agora chegaram ao extremo.
Com dificuldades financeiras desde novembro de 2014, a Asmozi decidiu encerrar, na próxima terça-feira (23 de junho) as atividades de apoio a meninos e meninas de 6 as 17 anos em situação de risco. O que vão fazer a partir de julho no contraturno escolar? “Não sei”, diz Davi, 8 anos, um dos 90 jovens atendidos pela instituição. Outras crianças também têm dúvida do que farão sem as atividades culturais e esportivas à disposição sete dias da semana.
“Não dá mais. Os valores das contas subiram, os parceiros sumiram. Contamos apenas com o convênio da FAS (Fundação de Ação Social, da prefeitura) que há tempos não é suficiente para cobrir os custos com essa criançada. Cada uma me custa mais de R$ 150 por mês. A FAS taxa o valor em R$ 70. Com R$ 50 mil ao ano, manteríamos o lugar, mas, como está, os cinco funcionários já estão cumprindo aviso prévio”, desabafa.
O convênio firmado entre a entidade e a FAS vigora até 17 de dezembro com repasses bimestrais de R$ 13.715,73, o que totaliza R$ 82,3 mil por ano. “Vamos encerrar o contrato agora. O problema é que recebemos R$ 13 mil e gastamos R$ 18 mil. Também enfrentamos atrasos nos repasses, sem contar a falta de apoio da própria comunidade”, lamenta Geraldo.
A FAS informa que lançou um novo edital em que as entidades podem aumentar o valor per capita recebido por criança atendida. A Asmozi não decidiu se vai concorrer a essa nova possibilidade. “Esperamos, ainda, que apareça alguma empresa, alguém que queira participar do projeto conosco”, diz um dos professores, Carlos Alexandre de Souza.