Moradores dos bairros Hugo Lange e Cristo Rei contrários ao fim de três jardinetes na região, para a construção do binário Camões/Padre Germano Mayer, continuam sem nenhuma resposta da prefeitura de Curitiba em relação à suas reivindicações. O novo binário está previsto no projeto de ampliação da capacidade da linha Inter 2.

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Debate prometido pela prefeitura em outubro ainda não aconteceu. (Henry Mileo)
Debate prometido pela prefeitura em outubro ainda não aconteceu. (Henry Mileo)

O movimento Longa Vida ao Arquipélago de Camões, criado pela vizinhança para discutir soluções de mobilidade e o impacto do projeto, é contrário à mudança do Jardinete Poeta Leonardo Henke e do Jardinete Aline Parigot de Souza, ambos na Rua Camões, e do Largo Izaac Lazzarotto, na Rua Schiller.

Em outubro do ano passado, os Caçadores de Notícias mostraram as reivindicações do grupo de moradores. Na época, o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Pires, afirmou que o próximo passo do projeto seria abrir um canal de diálogo com os moradores da região.

No entanto, de acordo com o pedagogo Dráuzio de Almeida, um dos líderes do movimento, as conversas nunca aconteceram. “Já abrimos dois protocolos na prefeitura, tivemos alguns encontros com o Conselho de Segurança do Cristo Rei, para tentar viabilizar uma conversa com a prefeitura, mas nunca tivemos sucesso. E a prefeitura ou até mesmo o Ippuc também nunca nos procurou para debatermos o projeto”, afirma Dráuzio.

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Ainda de acordo com Dráuzio, o objetivo do movimento agora é tentar agendar uma conversa com o prefeito Gustavo Fruet, para tentar explanar as reivindicações do movimento e buscar uma solução para não acabar com os espaços públicos. “É a única maneira de tentarmos um diálogo mais efetivo, pois com o Ippuc e os órgãos da prefeitura não tivemos nenhum sucesso”, diz.

Ontem, o movimento realizou um protesto contra o silencia das autoridades em relação a causa. Moradores lavaram marcações topográficas feitas no asfalto da Rua Camões, para direcionar o projeto do binário.

Jardinete está ameaçado pelo projeto de ampliação da linha Inter 2. (Ciciro Back)
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O líder do movimento Longa Vida ao Arquipélago de Camões afirma que o projeto é pelo menos questionável e ressalta que a iniciativa não é contra as transformações na região do Cristo Rei e Hugo Lange. “O que queremos é participar do debate e apresentar nossas ideias. Tem que debater o projeto. Por exemplo, dos 18 quarteirões afetados pelo binário, essa linha utiliza somente seis no sentido anti-horário da Germano Mayer e dois no sentido horário. Esse tipo de coisa que queremos debater”, conclui.

Reunião

Procurada pelos Caçadores de Notícias, a prefeitura de Curitiba promete marcar ainda este mês uma reunião para explicar à comunidade o projeto do binário Camões/Germano Mayer. Segundo a prefeitura, os planos ainda estão em fase inicial e o projeto executivo ainda não foi elaborado. “No que diz respeito às áreas verdes, o projeto seguirá o indicado no estudo preliminar realizado pelo Ippuc, que assegura aumento de 72% da área verde na área de abrangência do binário”, diz nota enviada à Tribuna.

A prefeitura ressalta ainda que o projeto de ampliação da capacidade da linha Inter 2 será financiado pelo programa PAC 2, do Governo Federal. As vias integrantes do binário farão parte do trajeto da linha Inter 2 no trecho compreendido entra a Rua Itupava e Rua dos Funcionários.

Moradores do Hugo Lange e Cristo Rei se reuniram pra limpar marcações topográficas do projeto do binário Camões/Padre Germano Mayer. (Henry Milleo)