O trabalho de pesquisadoras curitibanas tem sido reconhecido internacionalmente. Um grupo do Núcleo Paranaense de Pesquisa Científica e Educacional de Plantas Medicinais (Nupplamed) da UFPR conseguiu mostrar que dois itens muito usados no nosso dia a dia podem ter efeito pró-inflamatório: a goma arábica e a goma do cajueiro, que são resinas naturais. Ou seja, em casos específicos, podem fazer mal à saúde humana, iniciando um processo de inflamação.
A goma arábica está presente em colas, tintas de canetas, medicamentos e vários alimentos – como bebidas e doces, por exemplo. Na indústria farmacêutica, é utilizada para tornar os xaropes mais espessos ou para fazer cápsulas de remédio, além de fazer parte da composição de injeções.
Os experimentos foram feitos in vitro, ou seja, fora do organismo vivo, em um tubo de ensaio. A próxima etapa é evoluir a pesquisa. “Precisamos fazer os testes in vivo para avaliar esses resultados, mas é algo que vai demandar mais tempo. Temos que inocular no animal e avaliar o sistema complemento dele (que integra o sistema imunológico), tirando o sangue e analisando”, explica a pesquisadora e coordenadora do grupo de pesquisas, Juliana Maurer.
A descoberta foi colocada em texto e acabou escolhida como artigo do mês pela Scandinavian Society for Immunology (uma sociedade de imunologia vinculada à uma famosa revista internacional). Para as pesquisadoras, um grande reconhecimento. “Você trabalha os experimentos, monta eles e produz um trabalho. Foi um artigo aceito nesta revista muito conhecida na área de imunologia. Para a nossa felicidade, ele acabou selecionado. É como uma premiação – um reconhecimento para nosso trabalho”, afirma Juliana.