O córrego da Rua Evaristo da Veiga, no Boqueirão, é reclamação antiga dos moradores vizinhos. São as águas que sobem a cada chuva mais forte e arrastam entulhos; é o mau cheiro causado por casas sem ligações de esgoto; a erosão que faz o leito aumentar – e não raro coloca em risco a estrutura das casas; a constante depredação das cerca de 40 pontes que dão acesso às moradias da rua; o crescimento do mato nas margens, que atrapalha a visibilidade e aumenta a sensação de insegurança.
E é essa insegurança a principal insatisfação da dona de casa Zilda Borges Cavichioli, 52 anos. Ela mora nas proximidades da Rua Bom Jesus do Iguape e diz que já perdeu a conta de quantas vezes viu a água invadir sua casa e de seus familiares. A subida das águas e o lixo que vem com as enxurradas são um problema constante, que a família tentou contornar, investindo recentemente R$ 3 mil na construção de um muro de contenção entre o córrego e seu terreno, além de uma nova ponte com corrimões.
“Mas a sujeira não tem fim. E esse matagal… Estamos a uma quadra da Avenida Marechal Floriano e não dá pra ver a rua porque a sujeira não deixa. Pra minhas filhas, que voltam do trabalho à noite, é um perigo”, reclama.
Quem toma providências?
A Secretaria Municipal de Obras Públicas promete avaliar a situação do córrego e, caso necessário, pedirá a limpeza à Secretaria de Meio Ambiente. São retiradas 50 toneladas de lixo mensais de rios da cidade, ao custo de R$ 1,68 milhão no primeiro semestre. A Administração Regional do Boqueirão diz que a roçada no trecho da Rua Evaristo da Veiga foi feita recentemente.
Quanto ao mau cheiro, a Sanepar informou que a rua tem rede coletora de esgoto em quase toda extensão e em três quadras não há viabilidade técnica pra implantação. Nesses locais, os proprietários são responsáveis por instalar sistema independente de tratamento de esgoto (fossa e sumidouro), conforme padrão estipulado pelo município.
