Curitiba

Perdeu!

Escrito por Alex Silveira

O número foi divulgado pelo Departamento de Trânsito (Detran-PR), que também informou que mais de 77 mil motoristas tiveram a carteira suspensa no ano passado

Mais de 8 mil motoristas tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada em 2017, no Paraná. O número foi divulgado pelo Departamento de Trânsito (Detran-PR), que também informou que mais de 77 mil motoristas tiveram a carteira suspensa no ano passado.

Em um comparativo com 2016, o número de habilitações cassadas no estado mais que dobrou ­ foram 3.893 no ano anterior. Por outro lado, com 84.470 suspensões em 2016, o número de motoristas que tiveram carteira suspensa em 2017 baixou cerca de 8,64%.

Só em Curitiba, o aumento no número de carteiras cassadas foi de quase quatro vezes mais. Foram 2.663 cassações em 2017, contra 714 em 2016. E, contrariando o índice no Paraná, o número de suspensões da habilitação na capital paranaense cresceu 23,64% – foram 28.957 suspensões em 2017 e 22.112 em 2016.

O chefe da divisão de penalidades da CNH no Detran-PR, Erick Costa, diz que a causa do aumento é a fiscalização das vias, que está mais rigorosa, porém, ele também acredita que a falta de consciência do motorista interfere nos números. “Mesmo com a CNH suspensa e entregue no Detran, as pessoas continuam dirigindo. A nossa recomendação é para que elas não façam isso e sigam as regras de trânsito”, orienta.

Erick faz questão de deixar clara a diferença entre a cassação e a suspensão da carteira. A suspensão acontece de duas maneiras, por acúmulo de pontos no período de 12 meses ou por suspensão direta, conforme o motorista cometa alguma infração que preveja esse tipo de pena. “Na suspensão, o motorista cumpre um prazo de dois a oito meses sem poder dirigir”, explica o chefe do Detran-PR. A cassação ocorre por processo administrativo e o motorista fica dois anos sem poder guiar o carro. “Mesmo após cumprir esse período, ele é considerado inabilitado e tem que refazer todo o processo para obter a CNH, começando do zero. Só escapa da autoescola”, alerta.

farol

Quem passou por todo esse inconveniente da reabilitação foi o motorista de Curitiba Giancarlo Rocco, 36 anos, arquiteto. Ele teve a carteira cassada em 2012, quando uma série de multas por excesso de velocidade resultou, primeiro, na suspensão da CNH. “Eu continuei dirigindo sem entregar minha carteira para o Detran, até que caí numa blitz e tive a carteira cassada”, conta. O arquiteto ficou mais de dois anos sem conduzir um automóvel, entre as idas e vindas do processo administrativo de cassação. “Acabei comprando uma bicicleta elétrica para trabalhar e fiquei dependendo de carona para me locomover”, relembra.

Pelo menos no caso Giancarlo, o tempo de pedestre serviu de lição. “Depois que recuperei a carteira há quase três anos, eu nunca mais levei uma multa. Serviu de lição para eu andar na linha e entender que a pressa é inimiga da perfeição. Sorte que eu não causei nenhum acidente. Hoje me programo, saio antes de casa e ando mais devagar. É o meu conselho a todos”, finaliza.

As mais comuns

Entre as autuações mais comuns cometidas em 2017 estão excesso de velocidade, farol baixo desligado, ultrapassagem em local proibido e falta de licenciamento. Os dados foram divulgados no site da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na última terça-feira (23), e a lista completa apresenta as 20 infrações de trânsito mais registradas pelo órgão no Paraná.

A infração que leva à suspensão direta da carteira de habilitação, que é transitar acima de 50% do limite máximo de velocidade, foi flagrada 7.442 vezes, o que significa em torno de 20 autuações por dia. Em outras 6.275 abordagens, o condutor não era habilitado para guiar o veículo. E, em 2.341 vezes, a carteira de habilitação estava suspensa, conduta que, além da infração administrativa, caracteriza também crime de trânsito.

Os radares flagraram 199.851 veículos transitando em velocidades até 20% superiores ao limite máximo. Outros 66.328 motoristas foram autuados por estar entre 20% e 50% acima do limite. Ambas as infrações de velocidade foram as mais registradas no período.

As equipes da PRF emitiram 62.539 autuações por farol baixo desligado em rodovias, 23.270 por ultrapassagens em trechos de faixa contínua e 12.949 por falta de licenciamento. E quase 9 mil veículos foram autuados por mau estado de conservação. No total, a PRF registrou 516,7 mil autuações no estado em 2017.

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