Inaugurado em março, o Espaço do Empreendedor da Rua da Cidadania da CIC ajuda trabalhadores autônomos e microempresários a entrarem pro mercado formal, além de oferecer microcrédito a juros abaixo da média do mercado. As facilidades oferecidas, como despesas menores pro contribuinte obter os benefícios trabalhistas, têm atraído muita gente que atuou a vida inteira na informalidade.
“Esta parte da cidade possui muitos comércios e prestadores de serviço que trabalham como autônomos ou até mesmo sem recolher nada. A proposta do espaço na região é ajudar a pessoa que tem interesse e auxiliar com todas as informações”, explica o coordenador Sérgio Luiz Portela. No ano passado, a Agência Curitiba realizou 3.040 atendimentos na região. Neste ano, só até julho, com a nova unidade, já foram atendidas 2.917 pessoas.
Ao contrário do contribuinte autônomo que aderiu ao Plano Simplificado e paga 11% sobre o salário mínimo (R$ 86,88), o MEI recolhe apenas 5% do piso nacional, pois desde 2009 está isento dos impostos federais (conforme o setor de atuação, o valor varia de R$ 40,40 a R$ 45,40). A diferença pode chegar até a R$ 46,28 por mês pra obterem os mesmos benefícios. O espaço também disponibiliza cursos pra auxiliar o empreendedor a ampliar seu negócio e uma parceria com o Sebrae oferece consultoria profissional.
O incentivo levou Carlos Alexandre, 29 anos, que sempre trabalhou com reformas e serviços gerais, a fazer uma consulta no local. “Sempre contribuí como autônomo, mas depois que alguns colegas do ramo contaram que valia mais a pena virar microempreendedor individual, fiquei interessado. Antes nunca tive muito tempo pra ir atrás, pois os dias de semana são uma correria. Mas quando soube que o bairro teria um lugar pra ajudar, decidi vir atrás e ver certinho como funciona”.
Fugindo da crise
Pra aderir à categoria de microempreendedor individual (MEI), o empresário precisa faturar até R$ 60 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Apesar da maioria dos MEIs trabalhar por conta própria, é possível que ele tenha no máximo um empregado contratado que receba salário mínimo ou o piso da categoria.
Com a crise econômica, alguns microempresários estão buscando os atrativos da modalidade. “Apesar de acontecer com menor frequência, recebemos também microempresários que estão optando por recuar neste momento. Por não precisar de contador próprio, pra quem possui negócios com rendimento mensal de R$ 5 mil mensais, essa migração pode ser interessante pra aliviar algumas despesas”, comenta.