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Na semana da sustentabilidade, falamos muito sobre reduzir ou reaproveitar o lixo seco que produzimos. Mas o lixo orgânico também pode se reaproveitado, dentro das nossas casas, inclusive. Evitamos mandar mais lixo para o aterro sanitário (o curitibano produz pouco mais de um quilo de lixo por dia), colaboramos com o meio ambiente e ainda temos plantas mais saudáveis em casa. Para isto, podemos fazer uma composteira. Até mesmo quem mora em apartamento pode ter uma.

Conforme o engenheiro agrônomo Mário Kunio Takashina, da Unidade de Agricultura Urbana da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smab), na composteira é possível colocar quase todo o lixo que produzimos dentro da cozinha e até as folhas secas e podas de árvores do jardim. Com o tempo, isso se transforma em adubo. Até mesmo o chorume que resulta dela pode ser colocado em hortas, canteiros e vasos.

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Na internet já existem composteiras prontas à venda e os preços varia de R$ 52 a R$ 670, conforme o tamanho (quantidade de pessoas que moram na casa). A maioria não passa de R$ 90. Mas é possível montar uma em casa, usando aquelas caixas organizadoras de plástico. São necessárias no mínimo três, empilhadas uma em cima da outra.

Preparação

– Basta furar o fundo de duas delas (para que o composto orgânico caia de uma caixa para a outra) e deixar apenas a última íntegra, para o chorume não vazar no chão. Mas é importante cobrir as caixas, para que não passe luz e fique bem escuro dentro, pois as minhocas que irão “habitar” o local não gostam de luz. E é importante deixar a composteira na sombra.

Depois de três ou quatro meses, aquela terra mais escura que fica embaixo é o adubo. Foto: Felipe Rosa

Como fazer

  • Na caixa mais de cima, coloque os restos da cozinha (veja no infográfico o que pode e o que não pode colocar).
  • Depois, coloque minhocas (do jardim ou do parque próximo) junto com os resíduos.
  • Por cima de tudo, jogue um pouco de serragem (bem pouco), que ajuda a não proliferar moscas e mosquitos. A serragem não pode ser de árvores com cheiro forte, ou que produzam algum tipo de óleo, pois as minhocas podem não gostar da madeira. Sendo assim, em vez de “comer” os resíduos dentro da composteira, elas tentarão fugir para fora. A serragem de pinus é uma boa opção. E ela também não pode conter tintas e vernizes.

No quintal

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Quem mora em casa e tem espaço no jardim ou no quintal, não precisa usar os caixotes de plástico. É possível fazer direto no solo. Conforme Mário, basta cavar um buraco no chão e ir jogando os resíduos. É importante sempre pegar um pouco da terra tirada do buraco e jogar em cima, para evitar cheiro ruim e a aproximação de baratas e ratos. Folhas secas varridas do chão e grama cortada também são boas para cobrir os resíduos. De vez em quando pode-se remexer um pouco o material e a terra.

Não é necessário jogar serragem, nem colocar minhocas, pois sozinhas elas vem do solo até o material orgânico. A hora que aquela vala encher, basta cavar outra ao lado e ir repetindo o processo. Depois de três ou quatro meses, aquela terra mais escura que fica embaixo é o adubo. Assim, uma família de quatro pessoas, por exemplo, evita mandar, em um ano, pelo menos uns 360 quilos de lixo para os aterros e lixões.

O que pode colocar?

Foto: Felipe Rosa

Livremente

– Restos e cascas de frutas, verduras e legumes
– Cascas de ovos
– Chimarrão
– Pó de café e o filtro de papel
– Saquinhos de chá
– Grãos e sementes

Moderadamente

– Restos de comida, que não tenham muito sal
– Frutas cítricas
– Laticínios
– Guardanapos de papel

O que não pode?

– Gorduras, óleos e azeites
– Carnes
– Frutas cítricas
– Fraldas e papel higiênico

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Curiosidades

Acelerando o processo

Não precisa triturar nenhum alimento para coloca-lo na composteira. Mas, se por acaso a pessoa fizer isto (bater por poucos segundos no liquidificador, com um mínimo de água), principalmente as sementes das frutas, aquele resíduo será decomposto mais rápido pelas minhocas.

Prazer, meu nome é Recurso

Em alguns países, as pessoas não usam mais o termo “lixo”, e sim “resíduo”, justamente para acabar com esse estigma de que lixo é uma coisa ruim. E em países mais avançados ainda, como Dinamarca, Suécia, Noruega, Bélgica e Holanda, por exemplo, o lixo é chamado de “recurso”, visto que do lixo eles produzem pelo menos cinco tipos de produtos importantes à vida humana, como fertilizantes, energia térmica, gás veicular, gás de cozinha, etc.

https://www.tribunapr.com.br/cacadores-de-noticias/curitiba/moda-ecologica/