Ao completar 15 anos, a maioria das meninas vive as descobertas da adolescência. Mas para Adriana Alves de Araújo, esta fase marcou o início de um período de sofrimento e luta pela vida. Diagnosticada nesta idade com osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo agressivo que afetou a tíbia de sua perna esquerda, Adriana passou mais de uma década enfrentando cirurgias e sessões de quimioterapia. Cansada de tantas intervenções, em 2008, aos 27 anos, ela tomou uma difícil decisão: a de autorizar a amputação da perna esquerda, da coxa para baixo.
“Tive que escolher entre permanecer com a perna ou salvar minha vida. Há anos sofria com infecções, meu organismo rejeitava a prótese interna, feita de titânio. Nesta época, passava semanas no hospital para tomar antibiótico. Cada internamento durava pelo menos 21 dias. Com a amputação, apesar das dificuldades, consegui mais qualidade de vida”, conta.
Logo após a operação, ela conseguiu uma prótese, comprada graças à vaquinha feita por voluntários do Hospital Erasto Gaertner. Esta era mais confortável do que a oferecida pelo SUS. No mesmo hospital, Adriana foi acolhida e fez as sessões de fisioterapia, para aprender a andar com o equipamento. Mas hoje, aos 35 anos, após anos com a primeira prótese, ela precisa de uma nova, para continuar vivendo de maneira independente, com menos dor e mais mobilidade, para cuidar de si e da casa onde vive, em São José dos Pinhais, na companhia apenas de seus cães e gatos.
“A prótese desgasta mesmo, chega um hora em que precisa ser trocada. Mas para poder comprar esta prótese, que possui joelho hidráulico e que me ajudará a me locomover melhor, preciso de R$ 81 mil. Este valor inclui a prótese, as sessões de fisioterapia e os brindes, os livros que estou oferecendo para quem ajudar pela campanha criada no Catarse”. Segundo Adriana, o livro “Nos Passos da Poesia”, escrito por ela aos 18 anos, entre as sessões de quimioterapia, foi o que a ajudou a lidar com as dificuldades e tristezas durante o tratamento contra o câncer.
Amor pelos bichos
Vinda de São Paulo no mesmo ano em que amputou a perna, em São José dos Pinhais Adriana se estabeleceu, fez amizades e deu continuidade ao trabalho que hoje move sua vida. Protetora voluntária, ela mantém em sua casa atualmente nove cachorros e três gatos, todos resgatados das ruas da cidade. Além dos cuidados com sua saúde, Adriana ainda tem uma despesa mensal de cerca de R$ 400. Valor necessário para comprar pelo menos 75 quilos de ração e outros itens para os animais, que também estão disponíveis para a adoção. Para incrementar a renda que recebe como aposentada, Adriana ainda faz roupinhas para os cães, com a máquina de costura que ganhou de uma amiga. Peças que são vendidas e também usadas para aquecer os cães abandonados.
Como ajudar?
- Doações para a prótese: Catarse: https://www.catarse.me/nos_passos_da_poesia_DRIKA
- Doações de ração, vermífugos, antipulgas ou apadrinhar um dos cães: (41) 99728-2308