Os concursos de misses continuam encantando o mundo todo, não só pela beleza das candidatas, mas também pelo glamour, luxo e a curiosidade em saber qual das beldades levará a faixa e a coroa. Mas o que precisa para ser miss? Com a palavra, duas representantes curitibanas: a veterana Mônica Gulin, 42 anos, miss na década de 90, e a iniciante Iris Venske, 10 anos, que recém ganhou concursos nacionais e um mundial.
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Ano passado, Iris ganhou três importantes concursos infantis: Miss Curitiba, Miss Paraná e o Miss Planet, na Bulgária. Mas não foi de primeira que saiu vitoriosa. Foi adquirindo experiência, até chegar ao 4º lugar no Miss Curitiba, em 2017. Hoje, já coleciona oito faixas.
“A miss não pode ter vergonha. Tem que ser alegre, delicada e ter um sorriso verdadeiro”, ensina a jovem, que desde pequena chamava a família para vê-la desfilar, cantar e atuar. A mãe, Matilde Venske, diz que Iris é muito independente. Sabe se maquiar e prepara-se sozinha para os concursos. Vê o que precisa levar, programa-se com as datas, escolhe músicas e ensaia. “Só” fica para a mãe a logística, como arranjar os trajes exigidos, a cabeleireira, passagens aéreas e hospedagem.
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Mas para Matilde, ver a filha feliz vale todo esforço. “Quando anunciaram meu nome (no Miss Paraná) eu fiquei paralisada. Não estava acreditando, até que falaram ‘vai Iris, é você’. Quando você está lá recebendo a coroa, a faixa, todo mundo te olhando, filmando, tirando foto. É uma sensação que não tem como explicar”, descreve a menina.
Veterana
A jornalista Mônica Gulin ganhou seu primeiro título em 1993 como Miss Curitiba. Ela não pensava em seguir esta carreira. Já tinha morado na Alemanha, onde era campeã de punhobol e futebol (depois ainda virou tenista). Quando voltou ao Brasil para cursar Direito, o presidente do Clube Duque de Caxias, onde ela treinava na época, viu potencial em Mônica e a convidou para representar o clube no Miss Curitiba. A atleta ganhou este e o Miss Paraná. Depois foi finalista em quatro concursos: Miss Brasil Mundo, Miss World University na Coreia do Sul, Queen of the Year na Malásia e Miss América do Sul na Bolívia.
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“Como esportista, eu encarei as coisas como uma competição. Fui pesquisar o que eu precisava para ganhar. Beleza física e de rosto todas as candidatas têm que ter. Percebi que precisava um diferencial. Eu estava com 21 anos. Já tinha morado na Europa como atleta, estudava Direito na PUC e História na UFPR, falava três idiomas fluentes. Na época, esse conjunto de coisas fez a diferença, porque os juízes querem ver qual o potencial da candidata em levar adiante o nome da sua cidade, estado e país”, diz Mônica.
“Eu já estive com o embaixador da Coreia do Sul, onde deixei uma pedra brasileira no Museu Mundial da Paz, já jantei com a família real da Malásia. É uma responsabilidade representar a sociedade onde você está inserida”, mostra a miss.
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“Primeiro tem que ter persistência no que quer fazer, se empenhar, assumir que é miss, ser fotogênica e tirar muitas fotos, se candidatar para vários trabalhos. Importante se cuidar, fazer curso de modelo”, aconselha Danilo D’Avila, que organiza concursos de miss no Paraná desde 1976.
Sacrifício
Mônica acredita que, naquela época, era muito mais difícil ser miss. “Hoje as pessoas ficam bonitas com plástica. Botam peito, bunda, cabelo, clareiam os dentes. Naquela época, o máximo que existia era uma drenagem linfática. Para ser miss tinha que nascer bonita e se cuidar”, diz ela.
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Os dias de concurso também eram sacrificantes. “Naquele tempo, era difícil comprar uma passagem de avião, se hospedar num hotel cinco estrelas, jantar num restaurante. Nos concursos, as misses chegavam 10 ou 15 dias antes para cumprir a programação pré-evento. E muitas meninas ficavam deslumbradas com tanto luxo, se afundavam na comida boa. No dia do concurso, estavam dois quilos mais gordas. E pra ser miss tem que estar dentro das medidas. Era um sacrifício se privar de tanta coisa boa”, lembra ela.
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Alerta aos pais
“Nunca deixem suas meninas sozinhas. Tem gente séria, como o Danilo D’Avila, que trabalha em família. Mas tem muita gente safada. Não se iluda com promessas. Vejo falsos bookers abordando as pessoas na rua, nas redes sociais. Elogiam as meninas, dizem que têm potencial e trabalho pra elas. Fazem os pais pagarem books ou cursos caros para agenciá-las e depois não as chamam para trabalhar. Ou então fazem esses concursos, que as meninas têm que pagar fortunas para passar de fase. Sem contar os pais que querem vender as filhas a qualquer custo. Pais e filhos não podem ficar frustrados. A gente vê muita coisa errada por aí, tem que ficar de olho aberto. O mundo da beleza é gratificante, abre muitas portas. Mas também tem muita enganação”, alerta a experiente miss.
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