Minicracolândia

O terreno baldio, que toma boa parte da quadra entre as ruas Luciano Piuzzi, Reinaldo Stocco e Wilson Stadler, no Pinheirinho, vem trazendo muita dor de cabeça aos moradores ao redor. O maior deles é a presença de usuários de drogas, que moram acampados no local e trazem muitos inconvenientes.

Cristiane de Pauli Cavalheiro, síndica do condomínio Green Line, na Rua Reinaldo Stocco, conta que a circulação de usuários de drogas pela rua, entrando e saindo do matagal em frente é constante, de dia e à noite. Os viciados chegaram a montar tendas improvisadas no meio do mato, próximo à esquina com a Rua Wilson Stadler (que virou uma cracolância), onde fazem fogueiras todos os dias. A fumaça e o cheiro de coisas diversas queimadas invadem as casas e apartamentos e já teve um dia que parecia nevoeiro, pois a fumaça tomou a quadra toda.

Não bastasse a circulação dos viciados já conhecidos, há o trânsito de pessoas estranhas na rua, inclusive circulando com veículos em alta velocidade, que os moradores acreditam que sejam viciados que vão até lá para comprar drogas na comunidade carente, que tem na parte baixa da rua. Por causa da velocidade excessiva, uma carrinheira já foi atropelada por ali.

Outro inconveniente são os furtos de cabos telefônicos, para a retirada do cobre. O excedente dos cabos que os viciados não conseguem vender, queimam nas fogueiras. Os moradores próximos ficam dias sem telefone e internet, até que as operadoras consigam consertar.

“Muita gente também vem até aqui para jogar dejetos no terreno, como lixo, restos de material de construção e até animais mortos. Tinha uma época que naquela parte de cima ali (na Rua Luciano Piuzzi) tinha muitos cães. Pessoas não só abandonavam os bichos ali, como também levavam cães mortos. Era um cemitério”, contou Cristiane.

- Local é cercado por prédios residenciais e várias casas. Foto: Felipe Rosa
– Local é cercado por prédios residenciais e várias casas. Foto: Felipe Rosa

Perigo!

Uma das moradoras do condomínio por pouco não sofreu um estupro. A jovem vinha da faculdade, à noite, e desceu do ônibus na esquina. Um dos viciados saiu correndo do meio do mato gritando com ela e ameaçando arrastá-la para o matagal e estuprá-la. A sorte da jovem é que outro morador chegava de carro no momento, a reconheceu, a colocou dentro do carro e a levou em segurança até o condomínio.

“Depois desse episódio, começa a escurecer fica todo mundo em pânico, porque não conseguimos enxergar o que tem dentro do mato. Não tá dando mais pra soltar os filhos pra pegarem o ônibus pra escola”, lamentou João Henrique Pinto, morador do Green Line.

O que os moradores pedem é que o dono limpe e cerque o terreno, para evitar todo este transtorno. Com o mato baixo, inclusive, seria possível enxergar a movimentação de pessoas estranhas lá dentro, até durante a noite. João diz que já foram à Secretaria de Urbanismo, denunciar o problema e tentar descobrir quem é o dono. Mas o máximo que conseguiram descobrir é que é de propriedade de um particular e tiveram a promessa do Urbanismo de que o dono seria notificado.

Rua precária

Alfalto das ruas da região é bastante acidentado, mesmo as vias mais importantes. Foto: Felipe Rosa
Asfalto das ruas da região é bastante acidentado, mesmo as vias mais importantes. Foto: Felipe Rosa

Não é só o terreno baldio que incomoda os moradores no Pinheirinho, mas também a falta de asfaltamento da Rua Luciano Piuzzi, na quadra entre as ruas Reinaldo Stocco e Cid Marcondes de Albuquerque. Apesar de servir como acesso à Linha Verde, é muito esburacada e já deixou muito carro quebrado por ali.

“A Linha Verde está linda, urbanizada, até com flores. Mas uma quadra pra baixo a atenção da prefeitura é completamente outra. A rua está esburacada, com entulhos nos cantos”, lamenta o morador João Henrique Pinto. Ele diz que a prefeitura vai lá de vez em quando arrumar os buracos. Mas quando chove, o problema volta, com “cacimbas” ainda maiores.

Os moradores também dizem que se esta rua fosse asfaltada, também poderiam resolver parcialmente outro problema. Por ela ter essa cara de “abandonada”, muita gente vai ao local despejar lixo, objetos roubados, etc.

Mas o pessoal não está só reclamando. Já arregaçaram as mangas e tentaram resolver o problema. Dizem que participaram algumas vezes de reuniões com a prefeitura e pediram que a obra fosse incluída no orçamento do município. Também já fizeram este pedido várias vezes via 156. Mas não viram nenhum resultado prático do esforço até agora, sequer uma resposta se a obra foi ou não incluída no orçamento.

Fora do orçamento

A Secretaria Municipal de Obras informou que a Rua Luciano Piuzzi está entre as prioridades da Administração Regional Pinheirinho para receber asfalto. Tem condições técnicas para ser pavimentada, mas ainda não há orçamento disponível. “O caminho para a população reivindicar o asfalto é participar das audiências públicas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lei Orçamentária Anual (LOA) e do Fala Curitiba.

Na última reunião do Fala Curitiba Pinheirinho, feita no dia 29 de junho, não houve nenhum pedido de pavimentação para a Rua Luciano Piuzzi. Além de participar das audiências, as pessoas também podem fazer os pedidos via 156, … assim a Prefeitura fica sabendo quais são as demandas mais urgentes do bairro”, diz parcialmente a nota da prefeitura, que ainda informa que, além de limpezas constantes dos entulhos, também faz manutenções no saibro quando chove.

Já a Secretaria de Urbanismo informou que o dono do terreno já foi notificado, para fazer a limpeza e vedação do imóvel. No entanto, as correspondências com as notificações voltaram, pois o destinatário não foi localizado. A Secretaria informou que está tentando encontrar o dono para notifica-lo. Mas ressalta que o terreno é uma região de bosque. Portanto, com as limitações ambientais, não é todo tipo de vegetação que pode ser suprimida de lá.

 

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