Micro usina hidrelétrica criada por curitibanos permite economia de energia (e dinheiro) e faz sucesso

*Por Luciano Balarotti – Especial para a Tribuna do Paraná

Cansado da conta de luz cada vez mais pesada? Já tentou várias formas de economizar, mas quando chega o começo do mês, vem junto aquele susto? Então, seus problemas acabaram! Calma, esse texto não é uma propaganda de algum daqueles produtos “milagrosos” que volta e meia aparecem na TV, mas de uma boa ideia que permite uma baita economia em casa: a micro usina hidrelétrica Hidreo!

Deixando a brincadeira de lado, em agosto de 2018 a Tribuna contou a história de dois engenheiros mecânicos curitibanos que criaram uma micro usina “caseira”, capaz de abastecer até quatro casas. Na época, os amigos Felipe Wotecoski e Juliano Rataiczyk haviam criado um protótipo funcional e uma pequena start up para oferecer a micro usina ao mercado.

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Fomos atrás deles para saber como a empresa evoluiu ao longo de pouco mais de quatro anos e descobrimos que os dois engenheiros já tiraram outras ideias do papel e seguem desenvolvendo novos produtos para atender um maior número de clientes.

“Quando saiu aquela reportagem, em 2018, pensando em nosso modelo de start up, a gente estava no processo de ter o mínimo produto viável, que é o primeiro passo para entrar no mercado. E assim que saímos na Tribuna nós tivemos nosso primeiro boom de contatos da empresa. Tivemos uma procura e produção bem legal para o momento que a start up vivia. Não tenho como quantificar ao certo, mas até hoje tem gente que chega até nós porque vê aquela reportagem”, conta Felipe Wotecoski.

Ele conta que ao longo desse período a micro usina hidrelétrica passou por vários aperfeiçoamentos e evoluções, que ampliaram as possibilidades de sua aplicação. Na época, para instalar a micro usina era necessário ter uma fonte de água (um riacho ou outro curso de água parecido) próxima à propriedade com uma queda natural de pelo menos 15 metros de altura.

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O produto foi lançado oficialmente no mercado, em 2020, aquele mesmo equipamento mostrado na reportagem, mas com alguns aperfeiçoamentos, como por exemplo a proteção plástica da usina, entre outras coisas. “Conseguimos aprimorar o equipamento e reduzir a altura mínima de queda d´água de 15 para 12 metros, ampliando as possibilidades de instalação da micro usina. Também estamos pensando em lançar outro produto, uma mini usina, para conseguirmos atender à grande maioria dos clientes que nos procurava, que tinha demanda de um equipamento que fornecesse energia para uma única casa, enquanto a micro usina gera energia suficiente para até cinco casas”, explicou o engenheiro.

Quanto de energia posso gerar em casa?

Enquanto a micro usina é capaz de gerar até 720 Quilowatts/hora por mês, podendo abastecer quatro ou cinco casas ou até três propriedades rurais, a mini usina, que pode ser instalada em locais com queda d´água a partir de 10 m de altura, gera uma energia de 220 kW/mês, suficientes para abastecer uma residência (o consumo residencial médio no Brasil está na casa de 180 kW/mês). Nos dois casos, se o consumidor instalar um relógio bidirecional na ligação com a rede de Copel, ele pode “vender” o excedente de energia, ganhando créditos para abater o valor das contas futuras.

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Quais as vantagens de uma mini usina em casa?

“Entre as vantagens da mini usina estão o menor tamanho e o valor que é menos da metade do da nossa micro usina. Além disso essa mini usina precisa de uma fonte de água de apenas 2 ou 3 litros por segundo, o que permite sua instalação em locais onde a outra usina não pode ser instalada por questões técnicas”, explica Wotecoski, que destaca que o novo modelo foi muito bem-aceito no mercado.

“Desde que começamos já instalamos mais de 50 micro usinas, em 10 estados brasileiros. E, curiosamente, nossos maiores mercados são os estados de Minas Gerais e Santa Catarina, imagino que por causa do relevo mesmo. E no caso das mini usinas, apesar dela ter sido lançada há pouco tempo, já temos 20 instaladas”.

Quanto custa uma micro usina de energia?

O sucesso do novo modelo, na opinião do engenheiro, deve-se especialmente ao menor custo. Enquanto o modelo maior custa cerca de R$ 20 mil, a mini usina custa R$ 8,5 mil, já com as baterias. Lembrando que estes são valores levantamos na época desta matéria, em dezembro de 2022.

“O investimento em uma mini usina hidrelétrica equivale a pouco mais de um terço do custo para instalar painéis de energia solar capazes de gerar uma energia equivalente”, destaca.

Em processo de crescimento, a start up dos dois amigos mudou seu nome comercial ao longo desses quatro anos, passando a se chamar Hidreo.

“Eu costumo falar que na época daquela reportagem o Felipe e o Juliano eram mais conhecidos do que a empresa. E hoje, não que a gente tenha uma marca famosa, longe disso, mas a empresa já é mais conhecida do que as pessoas. Naquela época a empresa era formada apenas por nós dois e agora já temos 10 funcionários na indústria e 20 representantes comerciais em todo o Brasil. A nossa meta é ter 50 representantes, para ampliar a nossa presença no mercado. Mudamos a marca comercial da empresa porque quando começos a pesquisar o mercado percebemos que Metha é um termo muito comum e bastante usado por empresas mundo afora. Com a marca Hidreo nós não temos esse problema”, explica, lembrando que um dos planos futuros é internacionalizar a marca.

“Nossa meta desde o início da start up era já estarmos atuando em outros países da América do Sul no atual momento, mas isso acabou sofrendo um atraso devido, principalmente, à pandemia. De qualquer forma, enxergamos na América do Sul um continente que tem água caindo para leste e oeste, de norte a sul do continente, graças à Cordilheira dos Andes. Então existe um potencial enorme para o nosso produto”.

Além da expansão do mercado de atuação, a empresa desenvolve outras soluções para geração de energia em pequenas proporções.

“Para ampliar as possibilidades de mercado, estamos desenvolvendo atualmente uma máquina, com outro tipo de turbina, que funcionará para quedas d´água bem menores, a partir de 2 metros. Essa nova máquina poderá instalada em locais que tenham um fluxo de água maior, como um córrego ou um riacho, por exemplo. Também estamos trabalhando no desenvolvimento de uma micro usina eólica para ambiente urbano e uma micro usina de biogás. Para acelerar esses desenvolvimentos a nossa start up está em uma nova rodada de capitalização”, complementa Wotecoski.

Mais informações sobre os modelos das usinas e possibilidades de instalação podem ser obtidas no site da Hidreo.

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