Curitiba ganhou o noticiário do Brasil e do mundo com a Lava Jato e, com isso, até séries e filmes foram feitos aqui. Mas você já parou para pensar que muito antes disso a cidade sempre foi espaço para produção de conteúdo audiovisual? Tem gente que atua há muito tempo, como no caso da produtora GP7, que existe há 18 anos e recentemente foi uma das responsáveis por uma produção que levou um trabalho curitibano ao Brasil, a série Contracapa, que já tem a segunda temporada sendo planejada.
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O cenário local nunca esteve tão aquecido para quem busca produzir. “Não é um mercado fácil, mas existem perspectivas melhores para quem está fora do eixo Rio-SP. O que a gente tem como foco não é só em produzir conteúdo, mas também em colocar isso no mercado, o que é a parte mais difícil”, destaca Guto Pasko, o sócio e diretor da GP7.
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Ao longo dos anos de estrada, a produtora, que fica no Jardim Social, em Curitiba, já foi responsável por 49 obras. Quando a RPCTV exibia o extinto ‘Casos e Causos’, a GP7 fez 23 episódios e também uma minissérie, a Colônia Cecília, que foi exibida na íntegra na afiliada da TV Globo no Paraná. “Essa, por exemplo, foi uma fase muito quente para o mercado do audiovisual, porque a parceria com a RPC era um grande incentivo”.
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Guto contou que o foco da agência sempre foi materiais de conteúdo, nunca publicidade. “E essa talvez tenha sido uma decisão difícil no começo, porque não produzimos nada publicitário, então fazíamos o que podíamos. Foram muitos documentários e pequenas produções, mas seguimos em nossa ‘teimosia’ e hoje vejo que deu certo”.
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Segundo o sócio da GP7, desde quando entrou em vigor uma lei que obriga que conteúdo independente nacional seja exibido nos canais pagos, o mercado se aqueceu ainda mais, o que foi bom para quem produz fora do eixo Rio-SP. “Essa lei fez com que 128 emissoras começassem a comprar conteúdo, isso realmente fez com que muita gente que antes não tinha chance começasse a ter e as produtoras Brasil afora se beneficiaram, inclusive a gente aqui em Curitiba”.
Edital rolando!
O que falta para que mais gente consuma o material produzido aqui, para Guto Pasko, não é nem acabar com o preconceito, mas sim o acesso. “O povo brasileiro quer assistir conteúdos produzidos pela nossa gente, mas o que falta é que estes conteúdos sejam comprados e valorizados no mercado”.
No Paraná, o maior desafio é trazer os olhos das produções para a região. “Foi por isso que, na Contracapa, assumimos a responsabilidade de produzir tudo entre a gente, com tudo da nossa terra. O único profissional que veio de fora foi um coprodutor argentino, mas foi uma questão de honra fechar tudo aqui para mostrar que, sim, éramos capazes”.
Para aquecer ainda mais o mercado, está aberto um edital do governo do Paraná para a produção de material audiovisual. Este edital é uma chance de fazer com que mais conteúdo seja produzido. “É a primeira vez que temos um recurso desses. O Estado colocou R$ 2 milhões e o governo federal R$ 8 milhões, um dinheiro que não foi tirado de outros setores, o que é importante falarmos, e isso vai ser um grande chamariz para que mais gente consiga produzir”. Além deste edital estadual, a prefeitura de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem outro edital, de R$ 3 milhões para sair.
Contracapa continua!
A série Contracapa, citada na reportagem, foi produzida pela GP7 graças ao Fundo Setorial Audiovisual, que recebeu recurso do edital com a temática “os bastidores e a construção da notícia sobre a ótica do jornalismo investigativo”. Tratando sobre o que acontece no mundo do jornalismo, a série mostrou um lado do jornalista que vai no caminho contrário ao idealizado e buscou trazer como foco os problemas enfrentados em um jornal impresso que passa por crise, tanto financeira quanto também de credibilidade.
“Foi um desafio pra gente, porque foi o nosso primeiro grande trabalho, com uma responsabilidade enorme pela quantidade de episódios e que tinham que ser cumpridos à risca em tudo: roteiro, produção, gravação, finalização e entrega”, explicou Guto, revelando que, depois de ser exibida e pela repercussão que teve, a segunda temporada vem aí. “Está encaminhada a continuação e muito nós devemos ao sucesso da primeira, porque conseguimos fazer o que tanto buscamos, que é afirmar que existe muito material com qualidade fora do que é produzido pelas grandes produtoras já conhecidas”.
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