Desta vez, vamos começar esta matéria agradecendo aos leitores da Tribuna, que provam que a corrente do bem funciona e deram um show de solidariedade: muito obrigado leitores! No mês passado, nós contamos a história da Camila, uma jovem de 18 anos portadora da Síndrome de Rett, que precisava de uma cadeira de rodas especial, adaptada por causa da paralisia que ela possui no corpo. Graças à ajuda do leitor Luiz Eduardo Nizer, 42 anos, a Camila ganhou a cadeira, que precisou de algumas adaptações, pagas por outro leitor, que pediu anonimato. Mas não foram só eles que ajudaram. Várias outras pessoas também depositaram dinheiro na conta da família.
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Luiz é comerciante e a cadeira pertenceu ao pai dele, o também comerciante Aquiles Luiz Braz Nizer, que morreu no último dia 7 de junho aos 70 anos. Luiz conta que é leitor da Tribuna e, dois dias depois que seu pai faleceu, ele se deparou com a reportagem sobre a Camila. Ele conta que leu a notícia e não teve dúvidas. “Nós (família) nunca pensamos em vender a cadeira. Sempre pensamos em doá-la, pois meu pai era um homem de muito bom coração e faria a mesma coisa. Então fizemos o que nós sabíamos que ele faria”, disse Luiz, que levou na casa da Camila, lá na Borda do Campo, em São José dos Pinhais, a cadeira de rodas que pertenceu a seu pai.
O comerciante conta que Aquiles descobriu que estava com câncer no final de novembro do ano passado. Ele começou a fazer exames e, um mês depois, começou a perder força muscular, pois o tumor atingiu a medula espinhal. Então levou um tombo, teve uma fratura e desde então ficou acamado, cada vez com menos movimento corporal, por isto a família comprou a cadeira. Foram seis meses acamado, dos quais os quatro últimos internado no Hospital Erasto Gaertner, em tratamento do câncer. “Compramos a cadeira, mas meu pai usou somente duas vezes”, conta Luiz.
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Corrente do bem
Agora, a Amanda Maria Thramm Ribeiro, 45 anos, mãe da Camila, conseguirá transportar a filha com mais segurança e facilidade, visto que a cadeira é leve para empurrar e toda cheia de travas de segurança, diferente da cadeira que a jovem usava, já pequena para o tamanho da menina, enferrujada, toda “estralando” e com as travas soltando.
Como a cadeira não foi feita para Camila, ela precisou de algumas adaptações. Então levamos mãe e filha até uma loja especializada no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Henrique Nemeth, proprietário da HN Adaptações, fez as medições, avaliou a anatomia da Camila e verificou o que precisava ser feito (subir as pedaleiras para alcançar os pés de Camila, cintos de segurança, contenções laterais, mudar o apoio de cabeça por outro maior, etc.). As adaptações custaram R$ 950 e foram pagas por outro leitor de Curitiba, que pediu para não ter o nome divulgado. Ele tinha se proposto a comprar uma cadeira para a jovem. Porém como surgiu a doação, ele bancou as adaptações.
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Graninha boa
Além destes dois leitores, vários outros fizeram depósitos na conta de Amanda, dinheiro que ajudará por longos meses, visto que o marido dela, o Pedro, ainda não conseguiu um emprego fixo e sustenta a família com “bicos”. Além das fraldas e medicamentos, Amanda utilizará o valor para trocar o monitor de saturação da filha (que está quebrado e funcionando mal), irá reabastecer o cilindro de oxigênio (usado quando Camila tem convulsões) e comprar alguns alimentos (iogurte, aveia, linhaça, castanhas, etc.) para seguir a dieta que a nutricionista do posto de saúde prescreveu para Camila, mas que não estava sendo seguida porque nem todos os alimentos solicitados cabiam no orçamento da família.
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E conforme a quantia que sobrar, Amanda pensa em comprar um carrinho velho para transportar Camila para as consultas e tratamentos. “Como não temos carro, só transporto ela de ônibus. À noite chego em casa morta de cansaço, pois é pesado andar com ela por aí em rampas, nessas calçadas ruins que chacoalham muito, seguro com força, com medo da cadeira tombar pro lado. E nos três ou quatro dias seguintes, sinto muitas dores musculares e nas articulações por causa do esforço.
Sem contar quando o elevador do ônibus não funciona. Ninguém desce pra ajudar. Sozinha eu tenho que tirar a Camila da cadeira, subir a escadaria do ônibus com ela no colo, acomodar ela num banco, descer de volta, pegar a cadeira, subir com a cadeira pesada. Às vezes tá cheio de homem dentro do ônibus e eles fingem que nem viram. Sem contar uns que ficam bravos porque o ônibus está demorando a sair”, lamenta Amanda.
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“Mas eu não tenho palavras para agradecer o que os leitores fizeram pela Camila. Faz a gente acreditar que ainda tem muita gente boa neste mundo. Muito obrigada. Mil vezes obrigada ao Luiz, ao leitor que pagou as adaptações e a todos que doaram”, disse a mãe, em lágrimas.
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