A Praça Canoinhas, na rua principal da Borda do Campo, foi inaugurada há menos de quatro anos. No início, moradores do bairro gostaram do presente. Mas logo se viram obrigados a deixar de frequentar o local, porque a praça desportiva mudou de finalidade. Virou ponto de encontro de usuários de drogas, principalmente nas noites de sexta, aos sábados e domingos. Os jovens até andam de skate ali, mas o objetivo principal, dizem ex-frequentadores, virou o consumo de entorpecentes.
Moradores e comerciantes ao redor falam que os viciados não “incomodam” ninguém. Apenas pedem pedaços de papel ou sacolas nas lojas e lanchonetes, de vez em quando. Mas lamentam que os jovens se reúnam ali pelo vício. O cheiro de maconha invade os comércios em vários momentos do dia e da noite. “Acho que o papel e a sacola são pra enrolar o cigarro da maconha ou guardar drogas. Mas damos o que eles pedem e acaba assim, nós aqui e eles lá”, relata um comerciante.
Algumas entidades até fazem ações na praça, pra tentar tirar os jovens das drogas. Uma igreja faz cultos evangélicos periódicos e uma ONG traz oficinas de teatro. “Mas quando tem essas ações a rapaziada some e volta depois que acaba. A polícia passa por aí de vez em quando e até para na praça. Mas fica 20 minutos no máximo e vai embora. Esses tempos fizeram uma blitz, botaram cones na rua. Mas pararam só dois carros, fizeram fotos pra mostrar que estavam trabalhando e foram embora”, lamenta a moradora de uma rua próxima. Ela também critica o abandono da praça, por falta de manutenção.
Além da Praça Canoinhas, conforme moradores do bairro, o terreno ao lado do ginásio de esportes, na Rua Manoel Tibúrcio Machado, também tem sido muito usado para consumo de entorpecentes.
Resposta Genérica
Questionada pela Tribuna, a prefeitura enviou uma nota falando de forma genérica sobre o trabalho contra as drogas no município. Informou que o Gabinete de Gestão Integrada (GGI) articula diversas ações em seus grupos de trabalho, tendo entre seus temas e foco a questão do combate às drogas, prevenção e tratamento de usuários de drogas, através de um esforço multidisciplinar entre as secretarias da administração pública e articulação junto aos órgãos de segurança pública, como Polícia Militar e Polícia Civil. O Comitê Municipal de Saúde Mental trata da drogadição. A Rede de Atenção Psicossocial realiza ações conjuntas pra estudar e mapear os pontos de maior incidência da utilização e tráfico de drogas, pra melhor direcionar os esforços da equipe multidisciplinar e buscar os encaminhamentos corretos.